Ferveu
Desde 2021, nenhuma sessão da Câmara Municipal de João Monlevade havia sido palco de tantas críticas à administração quanto a dessa quarta-feira (12). A substituição de Fabrício Brandão por Alda Fernandes fez erupcionar o vulcão do descontentamento, e justamente do líder do governo, Belmar Diniz (PT), que puxou um rosário de repreensões. O caldo entornou…

Cisão
O desabafo de Belmar Diniz deixou exposta uma fissura entre ele, o Partido dos Trabalhadores, além da vereadora Maria do Sagrado e com o prefeito Laércio Ribeiro, maior liderança do partido na cidade. Após desabafar contra o governo e fazer duras reclamações, qual será o futuro de Belmar? Seguirá na legenda? Continua como líder do governo?

Apaziguou
O presidente da Câmara de João Monlevade, Fernando Linhares (Podemos), encerrou as críticas acaloradas dos vereadores após opositores colocarem em dúvida a honestidade do prefeito. Linhares ponderou que, apesar de discordar da troca na Secretaria de Educação, a nomeação de secretários é prerrogativa do chefe do Executivo. “O prefeito é um gestor competente e de caráter. O debate não pode ser desvirtuado para ataques pessoais”, afirmou, reforçando que a nova secretária também possui qualificação para o cargo e colocando fim ao debate.

Pressão
Informações de bastidores dão conta que a nomeação de Alda Fernandes teria sido capitaneada por uma coalizão composta por nomes fortes do partido, além do novo chefe de Gabinete, Gentil Bicalho (PT). Eles estabeleceram que a Educação deveria ser controlada pelo PT. Laércio Ribeiro teria recebido uma carta, assinada em nome do “grupo de defesa do mandato de Maria”, pedindo a substituição. Clima…

Evitável
A bem da verdade, o governo poderia haver evitado o irromper de críticas que sofreu na Câmara. O erro começou ainda em dezembro, com a indecisão em nomear ou não Belmar Diniz para a Secretaria de Educação, numa costura para beneficiar Gentil. Foram dois meses de uma indefinição completamente desnecessária, que desgastou o governo apenas para favorecer um aliado.

Maria
Maria do Sagrado é vista, desde os tempos em que era secretária de Educação, como uma estrela ascendente no cenário político. Ontem (13), quando assumiu a Procuradoria da Mulher na Câmara, foi prestigiada pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, e da secretária nacional de Planejamento de Finanças do PT, Gleide Andrade. Será que vai dar ciúmes na Câmara? Além do presidente, apenas dois vereadores prestigiaram o evento.

Protesto
A manifestação das monitoras da educação foi uma demonstração dos desafios que Alda Fernandes, aliada de Maria do Sagrado, terá de enfrentar. Salário-mínimo, trabalho desgastante e falta de participação. O protesto também demonstra que a ex-secretária e agora vereadora não é uma unanimidade, e precisará de habilidade para prender as pontas soltas.