A recente crise escancarada pelo vereador Belmar Diniz (PT) com o prefeito Laércio Ribeiro (PT), com a vereadora Maria do Sagrado (PT) e com o próprio partido, revela um problema recorrente na política: a falta de comunicação eficaz entre lideranças e a prevalência de interesses individuais sobre o bem comum.
A substituição do então secretário de Educação, Fabrício Brandão, sem prévio diálogo com o vereador, expõe um erro de gestão que poderia ter sido evitado, é verdade. Governar exige habilidade para negociar e respeitar alianças políticas.
A ausência de um debate interno antes da decisão criou um clima de desconfiança e ruptura entre o filho do saudoso Leonardo Diniz e seu grupo político.
Por outro lado, Belmar era cotado para assumir a pasta, mas declinou do convite. Ou seja, abriu mão de comandar diretamente a Educação e de ter, a seu lado, os nomes que escolheu. Com a sua desistência, o prefeito foi pressionado a definir pelo nome de Alda Fernandes, que trabalhou com Maria do Sagrado quando ela chefiou a Educação e a substituiu no comando da pasta, durante o período eleitoral.
A política é feita de consensos e, sem uma boa articulação e comunicação, a governabilidade fica comprometida. Laércio Ribeiro deveria ter agido com mais transparência junto a seus aliados. Da mesma forma, Belmar Diniz, como experiente articulador político, poderia ter buscado soluções internas em vez de expor a fragilidade da situação.
Agora, com os estragos feitos, é imprescindível que os envolvidos voltem ao diálogo, restabelecendo a confiança e evitando um racha que pode prejudicar não apenas o governo, mas, sobretudo, a população. O momento exige maturidade política. Disputas internas devem ceder espaço à construção de pontes e ao compromisso com a boa gestão. Afinal, o verdadeiro foco da administração deve ser a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, e não embates que apenas enfraquecem a governabilidade.