O juiz eleitoral de João Monlevade, Estêvão José Damazo, multou na última sexta-feira (11) o vereador reeleito Leles Pontes (Republicanos) por irregularidades em uma peça de propaganda eleitoral. O parlamentar foi condenado a pagar R$5.320,50 por usar o caminhão do Corpo de Bombeiros Militar em um vídeo na divulgação eleitoral.

 

 

O comandante do posto avançado do Corpo de Bombeiros Militar em João Monlevade, tenente Anderson Ferreira, também recebeu a multa por participar do vídeo. Os dois terão 30 dias para realizar o pagamento, sob pena de serem inscritos na dívida ativa. A gravação já não está mais disponível nos perfis oficiais do parlamentar.

 

 

 

A denúncia partiu do Ministério Público Eleitoral, que considerou que houve uso da máquina pública para benefício político-eleitoral. O parlamentar, que obteve 1.017 votos nas eleições do último dia 6, afastou a possibilidade de uso da máquina pública em prol de sua candidatura.

O juiz eleitoral descreve que o militar agradeceu ao candidato pela ajuda na aquisição do veículo de combate a incêndios em seu mandato, o que, em seu entendimento, configura o caráter eleitoral da locução. Baseando-se na própria defesa, Estêvão José Damazo ainda concluiu que o vídeo foi gravado no horário de trabalho do tenente Anderson. Por outro lado, o juiz poupou Leles da cassação do diploma de vereador, considerando que essa punição seria desproporcional e dura demais para a situação vivida.

Explicações

Procurado pelo A Notícia, o tenente Anderson Ferreira alegou que não fez qualquer promoção eleitoral a Leles Pontes, dizendo que apenas explicou os benefícios trazidos pelo caminhão auto bomba à comunidade. No entanto, disse estar chateado e bastante indignado com a situação. Ele ainda informou que recorrerá da sentença.

O oficial relatou que foi pego de surpresa, pois chegava do posto avançado de São Gonçalo do Rio Abaixo, do qual também é comandante, ao posto de João Monlevade, quando a gravação ocorria. “Não teve nenhum cunho político, nenhum cunho eleitoreiro. Eu sei sobre a legislação política. Nós, como militares, não podemos tomar partido nenhum […] Não fui eu que fui atrás de ninguém, não fui eu que fui atrás de político para fazer nenhuma filmagem”, declarou.

O tenente Anderson ainda afirma que pediu que Leles publicasse apenas o trecho sobre o caminhão, mas foi ao ar também um pedido de voto consigo próximo. Por sua vez, Leles Pontes confirmou ao A Notícia que recorrerá da sentença. Ele enfatizou que o vídeo foi gravado na rua, e não dentro da unidade militar. Leles Pontes disse que Anderson chegou quando ele terminava a filmagem, e que por educação o convidou para participar dela. O parlamentar anda negou haver cometido qualquer irregularidade.