O réu Vinícius Júnio de Paula, natural de Nova Era foi condenado a 17 anos e 6 meses de reclusão pelo assassinato da esposa, Jeane Tamara Carvalho, de 31 anos, natural de Bela Vista de Minas, ocorrido em 26 de janeiro de 2023. Eles moravam na cidade de Ibirité. O júri popular, na terça-feira (23) acolheu os qualificadores de feminicídio e asfixia, mas a promotoria retirou da análise a impossibilidade de defesa da vítima.

Cerca de 30 familiares de Jeane montaram caravanas, saídas de Bela Vista de Minas, Belo Horizonte e São Paulo, para assistirem aos trabalhos. À porta do fórum, eles realizaram uma manifestação pacífica. Para homenagear a vítima, eles comemoraram a condenação com uma salva de palmas.

De acordo com parentes da vítima, o réu tinha ciúme até do sorriso da companheira. A prima de Jeane, Renata Carvalho, acompanhou todo o julgamento e relata que a defesa do réu tentou desqualificar o trabalho policial, contestando os laudos e apontando que os agentes trabalharam para prejudicar Vinícius. Segundo essa versão, o sistema é falho e estava enviando um inocente à cadeia. Os advogados ainda levantaram a tese de que a vítima tinha alguma doença e constantemente usava medicamentos, dos quais ela teria fácil acesso por ser atendente de farmácia.

No entanto, conforme Renata, Vinícius não soube declarar quais eram esses remédios, e os exames feitos em Jeane atestaram sua boa saúde e a ausência de drogas ou bebida alcoólica em seu organismo. Dessa forma, a promotoria e o assistente de acusação puderam refutar tecnicamente a argumentação da defesa.

Ainda conforme a prima da vítima, Vinícius não manifestou qualquer sentimento ao falar de sua esposa, “permanecendo calmo e frio”. Sua única emoção foi demonstrada quando seu advogado o elogiou, dizendo crer veementemente em sua inocência. Ele não apresentou ao tribunal nenhuma testemunha de defesa, e seus familiares não o apoiaram no julgamento.  Com a condenação, Vinícius foi remetido ao Sistema Prisional para começar a cumprir sua pena.

Relembre

O crime ocorreu no dia 26 de janeiro de 2023 no bairro Durval de Barros, em Ibirité. De acordo com a Polícia Civil (PCMG) à época do assassinato, após uma discussão motivada por ciúmes, Vinícius atingiu a mulher com um golpe na cabeça. Já no chão, a vítima foi esganada e morreu.

De acordo com a polícia, o autor ainda tentou esconder o crime. Ele alegou tê-la encontrado caída no banheiro e que realizou manobras de ressuscitação e acionou o Samu. No entanto, o médico que atendeu à ocorrência, notou um edema no pescoço de Jeane. Além disso, o sinal feito por um vizinho levou-o a encaminhar o corpo ao Instituto Médico Legal (IML) para exames mais aprofundados.

Uma prima da jovem relatou ao A Notícia em julho do ano passado, quando Vinícius foi preso, que ele apagou fotos do telefone da vítima e o entregou sem chip à família de Jeane. O nova-erense era considerado um homem ciumento e controlador, que buscava a mulher no trabalho e vigiava sua mulher no telefone. Sua prisão ocorreu em 12 de julho de 2023, permanecendo detido até o julgamento. À época do crime, Jeane e Vinícius estavam casados há cerca de um ano e dois meses, havendo se conhecido em Nova Era em 2016.