Entrelinhas

O discurso inflamado de Belmar Diniz (PT) contra Gustavo Prandini (PCdoB) revela muito nas entrelinhas. Revela a troca de favores entre Câmara e Executivo. Mostra a visão de que os parlamentares da base mereceriam tratamento privilegiado. Exibe a crença de que os vereadores precisam ser obedientes aos ditames do governo se quiserem ter seus pedidos atendidos…

Submissão

Belmar deu as pistas para entender as razões para o Legislativo estar tão alinhado aos interesses da Prefeitura. Por sinal, os vereadores desfizeram nessa quarta-feira (15) a única derrota que impuseram a Laércio Ribeiro (PT) em toda a gestão. Apenas um dos 15 edis não pertence a um partido controlado pelo grupo governista. E mesmo assim, ele subiu o tom duramente contra Prandini por não votar o projeto do Executivo e ser atendido por ele.

Disputa

Prandini e Belmar são de partidos ideologicamente muito próximos, que estão federados para as eleições de outubro. Mas entre eles e seus correligionários, haverá uma disputa especial. Isso, porque pode não haver votos suficientes para que os dois se reelejam, ainda mais que outros candidatos de peso devem estar na lista. Será que ficam? Que saem? Quem fica? E quem sai?

Desarticulada

Enquanto isso, a oposição segue desarticulada e enfraquecida em João Monlevade. Ainda não há um nome devidamente respaldado, com apoio maciço para a disputa ao Executivo. E os partidos contrários à atual gestão, em vez de se unirem, não chegam a um consenso. É cada um defendendo o seu lado.

Moreira

Exemplo disso, foi o anúncio da Global FM de que os ex-prefeitos Carlos Moreira e Simone Carvalho compareceram na última sexta-feira (10) a uma reunião de filiados e pré-candidatos do partido Solidariedade e do recém-fundado Partido da Renovação Democrática (PRD). Essa é a primeira manifestação pública do “moreirismo” durante a corrida eleitoral deste ano. No encontro, não havia ninguém de outras legendas oposicionistas, como PP, PL, Novo e PDT. Será que vão mesmo se unir num grande grupo da oposição?

Declínio

Embora inelegível, o nome de Moreira ainda é forte nos bastidores da política local. Mas ao que parece, poucos querem “colar” sua imagem na dele. Haja vista a atual Câmara. Em 2020, partidos ligados a Carlos Moreira conseguiram eleger cinco vereadores (seis, se contada Andréa Peixoto, que teve o mandato cassado). Com a janela partidária e o realinhamento das legendas para o grupo de Elgen Machado, nenhum deles orbita mais sob influência do ex-prefeito. Mas tudo pode mudar…

Abafou

E para piorar, Fabrício Lopes e Machadão abafaram as chances da oposição ao trazerem para si, o controle de 11 partidos em Monlevade. Sem espaço para crescer, fica difícil formar um grupo para enfrentar a situação.