Caros cidadãos e cidadãs de Minas Gerais, em especial, à comunidade de João Monlevade,
Neste momento crucial, dirigimo-nos a vocês com o intuito de compartilhar nossa preocupação e mobilização em defesa da educação pública e contra o desmonte das universidades promovido pelos governos neoliberais, em particular, aqui em Minas Gerais.Estamos enfrentando um momento desafiador em nossa universidade, a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), onde os docentes decidiram, por uma esmagadora maioria, iniciar uma greve por tempo indeterminado. Essa decisão não foi tomada de ânimo leve, mas sim como uma resposta necessária à intransigência do governo em atender às nossas reivindicações e em reconhecer a importância vital da educação pública de nível superior para o desenvolvimento de nossa sociedade. Das 22 unidades da Uemg em Minas, 20 delas estão em greve, incluído João Monlevade que enfrenta problemas estruturais sérios como laboratórios insuficientes, ausência de restaurante universitário, falta de internet para os alunos e a quase inexistência de assistência aos alunos mais carentes. Para se ter uma ideia, a unidade já perdeu cerca de 1/3 de seus alunos nos últimos anos. Não podemos deixar a universidade morrer!
Quais são essas nossas reivindicações? Elas vão muito além de questões salariais, embora a recomposição justa dos salários seja um dos pontos cruciais. Temos a pior carreira entre universidades públicas do Brasil. Nosso salário já tem 76% de defasagem. Mas também estamos lutando, sobretudo, por autonomia universitária, orçamento adequado, condições de trabalho dignas e valorização da educação pública.
Além disso, é crucial alertar para o contexto mais amplo em que essa luta está inserida. Os ataques à educação pública não são um fenômeno isolado, mas sim parte de uma agenda neoliberal que busca privatizar e precarizar os serviços públicos em benefício de interesses privados. Em Minas Gerais, temos sido testemunhas do desmonte sistemático das universidades públicas, com cortes orçamentários, congelamento de salários e falta de investimentos em infraestrutura por parte do governador Romeu Zema.
Por isso, pedimos seu apoio e solidariedade nesta batalha pela preservação e fortalecimento da educação pública em nosso estado. Nossa luta não é apenas pela UEMG, mas sim por todas as universidades públicas, por todos os estudantes, professores, funcionários técnicos-administrativos e por toda a sociedade que depende delas para construir um futuro mais justo e democrático.
Junte-se a nós nesta causa, levante sua voz, compartilhe nossa mensagem e exija do governo o respeito e o investimento que a educação pública merece.
Professores em greve da UEMG João Monlevade