Há quem alcance enorme poder em comunidades ou países, valendo-se desse poder para cometer atos repugnantes contra a humanidade, iniciando, habitualmente, pelo seu próprio povo. Haja vista governos totalitários cuja meta primordial é a perpetuação no poder. Exemplos não faltam em toda a história da civilização.

No entanto, de forma absolutamente incompreensível, encontram bajuladores, apoiadores que se arrastam em deprimente admiração, dando-lhes suporte e até respaldo. Por medo ou, quem sabe, por total ignorância. No primeiro caso, medo, os massacrados pelo russo Stalin; pelo ugandense Idi Amim; pelo cambojano Pol Pot. Por ignorância, onde a evolução cultural foi reprimida ou impedida de ser disponibilizada ao povo, como perpetrado no Irã, na Síria, na Nicarágua.

A importância de conhecer a história, reside em evitar erros e se obrigar a conviver com consequências, às vezes nefasta, de opções que se configuraram lamentáveis equívocos. No Século XVIII, o inglês Edmund Burke já ensinava: ”A história se repete como tragédia ou farsa. Um povo que não conhece sua própria história está fadado a repeti-la”. A ignorância enseja reviver o tempo perverso no qual se observa apenas a atualização dos acontecimentos.

Em todos esses contextos, as PcD, cujo viver, por si só, já é estigmatizado, assim como as pessoas com doenças graves, são as primeiras a sofrer o baque das misérias. Desde a antiguidade algumas civilizações tomavam esse recorte social como objeto de expiação, fazendo-os pagar, em sacrifício, por aquilo que se avaliava como “pecado” de outros. Trata-se de um grupo que ao longo da história travou suas batalhas comuns a todo e qualquer vivente, mas com o agravante do fardo representado pela deficiência. Para cada pequeno passo em termos de conquista, inúmeros foram martirizados, quase sempre de forma anônima, pois sua passagem pela terra parecia não ter tido qualquer importância.

Hoje, em pleno século XXI, com toda a evolução tecnológica que permite um melhor acesso ao conhecimento e à disponibilização do saber em plataformas públicas e de simples alcance, nos ressentimos de ter que arcar com o ônus da incompetência, do desperdício e da farra irresponsável com o erário. Entre as principais propostas para reduzir o déficit financeiro do governo, se propala a volta do imposto para este viés populacional, já bastante sacrificado em toda a sua trajetória. Não se toca, nem de forma mínima, em eliminação ou redução das nababescas mordomias; em combate sério à corrupção; em enxugamento da incompetente e inchada máquina pública; em liberdade para desenvolvimento empresarial.

É de se estranhar que pessoas tidas como inteligentes, cultas, não percebam o caminho do abismo para o qual estamos indo.
No epílogo do governo militar, nos estertores do “milagre econômico”, sindicatos montavam ideias com frases de efeito do governo: “O Brasil estava a um passo do abismo”; e na sequência: “O Brasil deu um passo à frente”.

Parece que estamos revivendo a triste história, pelo menos para as PcD afetadas. Importa, então, lembrar que todo tirano já foi uma criança indefesa, portanto a educação se torna imprescindível para uma vida com propósito.