(*) Débora Guimarães

Talvez você já tenha ouvido uma música que faz exatamente essa pergunta, já no título. É de uma banda que gosto muito, o Biquini Cavadão.
Diz a canção, respondendo:
“A vida inteira de um inseto
Um embrião pra virar feto
A folha do calendário
O trabalho pra ganhar o salário
(…)
Ser campeão da copa do mundo
Um dia em Saturno
Pra criança que não sabe contar
Vai levar um tempão”.
Tudo isso dura um mês, que é também o tempo que leva para uma nova coluna minha ser publicada aqui neste jornal. Mas o assunto hoje não é este!
Um mês! Para uma família na qual acaba de chegar um bebê, um mês, às vezes, pode parecer eterno. Até acabar. Em apenas 28 dias, o bebê deixa de ser considerado um recém-nascido. O corpinho muitas vezes cresce – e bem – sem que a gente tenha a real noção. As mães, e nelas me incluo, são as que mais observam cada mínimo detalhe. O pezinho com as peles soltas, as mãozinhas que vão “enchendo” ao longo das semanas – ou não, porque tudo é relativo aqui -, os cílios…como são enormes!!! Muitas mães já me disseram isso, surpresas! E a boquinha, tantas vezes desenhada. Conseguimos reparar muitos detalhes nesse primeiro mês mas, por vezes, não guardamos da melhor forma. E isso também é relativo, tá? Pra mim, como não podemos colocar o cheirinho deles num potinho para abrir de tempos em tempos e relembrar o que passou, a fotografia ajuda, e muito, a mostrar como esses pequenos seres humanos mudam em apenas um mês!
Aliás, eu usei “apenas”, você notou? Mas essa percepção de tempo de cada um sobre esse tema em específico é totalmente relativa, como tudo na vida! Eu queria tanto curtir cada minuto do primeiro ano do meu filho que dizia sempre (não me ache maluca) que cada mês de um bebê deveria durar dois, porque quando a gente se acostuma com uma novidade, logo vem outra, e outra. E às vezes a gente precisava de um pouco mais de tempo para contemplar em meio a tantas demandas.
Você se lembra do primeiro mês do seu bebê em casa? Registrou sua rotina, os detalhes, as novidades e sutilezas dessa fase? Se você for mãe e me responder que não, não vou julgar! Para nós mulheres, o puerpério é uma fase de aprendizados e descobertas e, muitas vezes, quando a gente vê, já foi! Já passou! Confesso que estou daqui torcendo para que sua resposta seja positiva e você tenha muito o que relembrar.
E para você que está esperando um bebê, eu venho do futuro dizer: fotografe esses primeiros dias do recém-nascido em casa. Com você, mãe, principalmente. Deixe de lado a preocupação da casa perfeita ou da aparência, que pode estar distante do que idealizou. Lá na frente, quando olhar para sua criança e para aquela roupinha que não lhe cabe mais, será a fotografia a grande aliada da sua memória. Juro! Não é discurso de fotógrafo vendedor, não! E não economize cliques, porque como eu sempre digo, “Toda Memória Importa”! Lembra disso? E elas valerão cada vez mais, com o passar dos anos, se saírem do seu celular e forem para o papel. Neste caso, no futuro, mudamos a pergunta inicial para “quanto valem as fotos do primeiro mês ou ano do seu bebê?”. Pensou? Então…fotografe! E revele! Seu legado agradece.

 

(*) Débora Guimarães é jornalista e fotógrafa. Apaixonada por criar, guardar e compartilhar memórias, pois acredita que toda memória importa! @deboraguimaraesmemorias