Em política, reza a lenda que muitas vezes, é mais fácil ser oposição que situação. Afinal, diz o dito popular, “é melhor ser pedra que vidraça”. Pois bem. Mas não é bem isso que temos observado nas prévias eleitorais deste ano nas cidades da região. Sobretudo em Monlevade, onde até o momento, a oposição encontra-se dividida e aparentemente sem rumo.

Enquanto isso, o governo acredita que está indo bem e espera o movimento dos adversários para se posicionar e colocar o atual prefeito, Laércio Ribeiro (PT), como pré-candidato à reeleição.

Fato é que não existe vitória antes da apuração dos votos. O atual governo, se quiser vencer, não pode vacilar e precisa correr contra o tempo para melhorar a imagem e diminuir os desgastes. E isso deve ser para já, porque a política eleitoral não socorre quem dorme.

Do outro lado, a oposição vive a indefinição dos nomes que estarão no páreo deste ano. Até o momento, os pré-candidatos: Conceição Winter (PDT), José Roberto Fernandes (Novo), Gustavo Breguez (PP) e Luiz Carlos Freitas (PL) lançaram seus nomes e buscam crescer junto ao eleitorado e à opinião pública.

Porém, ao falarem em “chapas puro sangue”, revelam a incapacidade de conversar entre si e de convergirem em um projeto comum para vencer as eleições. No livro “Arte da Guerra”, o estrategista e filósofo chinês Sun Tzu, ensina que quanto mais dividido o exército inimigo, melhor.

Sob essa ótica, o governo Laércio leva vantagem em relação aos seus opositores. O governista tem apoio de 15 partidos. Três de sua federação e 12 da base partidária. Inclusive, nesses, estão quase todos os pré-candidatos ao Legislativo. Enquanto isso, os quatro pré-candidatos da oposição não definiram se caminharão juntos.

Uma “chapa pura” é viável quando necessário e já venceu eleições. Mas a divisão da oposição, sendo cada um consigo mesmo, demonstra fraqueza, falta de habilidade de articulação e convencimento de outros nomes para somar ao grupo.

Outra dificuldade da oposição é a sombra de Carlos Moreira, o único ex-prefeito inelegível da história de Monlevade. Além disso, na última eleição, ele não conseguiu dar um segundo mandato para a esposa, mesmo com “a máquina” nas mãos. Fato é que, embora detentor de alguns votos, a dificuldade de transferi-los para seus indicados está mais que comprovada.

E, embora pessoas ligadas ao PL de Luiz Carlos afirmem que a ex-prefeita Simone Carvalho não será “vice de Luiz”, muita gente da “turma do Carlos” está no partido. E afinal, isso afasta ou atrai apoiadores e eleitores? Conceição, José Roberto e Gustavo Breguez já disseram que não estão alinhados com o casal de ex-prefeitos. Será que Luiz vai abraçar ou refutar o moreirismo? Afinal, Carlos Moreira atrapalha ou ajuda?

Pelo sim, pelo não, o que se vê na oposição hoje é que ela anda sem um norte. Claro, ainda há tempo para corrigir os erros. Até por que, se continuarem assim, os contrários ao atual governo enfrentarão dificuldades para achar os rumos dos votos e das urnas.