Seguindo uma citação de José Américo de Almeida, “ver bem não é ver tudo: é ver o que os outros não veem.” Este trecho encaixa perfeitamente para os dias atuais, que pode comparar perfeitamente com a esperteza e rapidez que o oponente pensa na sua frente. O nosso sistema de governo é de coalizão. Prova que, na política, sozinho, o candidato não atravessa nem a rua.
Qualquer desculpa dos grupos opositores, são meras formalidades, pois não são formados do dia pra noite. Pode ter havido sim, uma estratégia mal feita, além de vaidades e egos aflorados para saber quem seria um possível cabeça de chapa. Talvez o pior deles foi reunir-se com um ex-prefeito inelegível, que conseguiu fazer a esposa Simone Moreira ter uma derrota humilhante com a máquina administrativa nas mãos. Pior ainda, foi o responsável direto de Andreia da Saúde ter o mandato cassado, devido não respeitar o prazo legal exigido pela lei eleitoral.
Centralizar poder é o caminho mais curto para o isolamento. Não se faz política desse jeito há muito tempo. É preciso saber delegar tarefas e dividir responsabilidades. E, convenhamos, neste quesito, o empresário Machadão, fez escola.
Machadão tornou-se o para-raios da campanha política quando o grupo era mais atacado. Recebeu todos os ataques possíveis porque sua esposa Dorinha Machado era vice de Dr. Laércio (PT). Foi apelidado de o “Bezerrão do Posto”. Como não tinham como atacar Dr. Laércio e Dorinha, mudaram o foco para tentar diminuir o estrago que estava por vir. Mera ilusão de derrotado. Este “Bezerrão”, destoou dos demais e, por si só, corre um sério risco de ter bancado 12 vereadores na base do governo eleito. Um número ousado para aprovar projetos importantes para a população e de interesse da administração pública. Mesmo assim, a oposição fará barulho, seguindo à risca o papel que lhe confere.
Afinal, o legislativo é independente e suas atribuições é fiscalizar o executivo, independentemente de qual partido for. Com o encerramento das eleições, o “Bezerrão” do posto, deu um nó tático em seus adversários e deixou o lamento para aqueles que não quiseram aliar-se a ele. Talvez em tempos passados, Machadão não ficaria calado com tais agressões. Apelaria e daria a resposta à altura. Mas podem ter certeza que engoliu em seco. Ele soube se preservar para não contaminar o ambiente que estava totalmente favorável ao grupo. Ainda mais que Dorinha Machado estava fazendo uma campanha light, seguindo a serenidade “laerciana” de ser.
A cidade de João Monlevade, carece de novos políticos para reformular suas bases. Está faltando o comprometimento da juventude, pois os experientes estão indo embora. Neste momento, com essa liderança matuta, “o Bezerrão” sai na frente. E muito. Basta ver o grupo que ele formou. E tem mais, se os próximos 4 anos forem prósperos, o grupo tende a crescer, trazendo diferentes “inquilinos” para o quadrado existente, entre Dr. Laércio, Dorinha Machado, Machadão e Fabrício Lopes.
Na verdade, mexeram com quem estava quieto. Acabou a eleição e, agora, este “Bezerrão ” volta a chamar Machadão e qualquer ataque pessoal, o buraco vai ser mais em baixo. Prevaleceu a vitória de Dr. Laércio e Dorinha, que entraram na disputa com mais de 14 mil votos de frente, devido aos ótimos índices de aprovação juntamente com o atual vice Fabrício Lopes.
Ter Dorinha Machado como vice facilitou a aliança, pois já foi vereadora e presidente da Câmara. Com obras para ser entregues e um orçamento estimado em R$2 bilhões para os próximos 4 anos, Dr. Laércio e Dorinha poderão fazer muito. Afinal, “palavras sem obras são tiros sem balas: atroam, mas não ferem”. (Padre Antônio Vieira).
(*) Sinézio Vilela Santiago é aposentado