(*)Erivelton Braz
Faltando três meses para as eleições, em diversas cidades da região do Médio Piracicaba, faltam lideranças de peso na oposição. Os nomes apresentados até o momento precisam melhorar, e muito, sua imagem como líderes capazes de tornar as cidades melhores. Dessa forma, corre risco de os atuais prefeitos serem reeleitos para mais quatro anos.
O desafio dos pretensos candidatos oposicionistas nas cidades da região é enorme. E esse desafio nasceu das suas próprias faltas de articulação. Basta perguntarmos: o que cada um deles fez nos últimos anos? O que os “cacifou” como líderes contrários aos atuais governos? O que pensam sobre seus municípios e o melhor, o que os eleitores pensam a respeito deles?
Como estrategista político e comunicador, vejo dois grandes problemas dos opositores. E isso não é só em Monlevade, como na maioria das cidades da região: falta de grupo, de articulação política e falta de tempo. Os opositores estão muito atrasados, pois já poderiam ter-se estabelecido como referências e opções à atual gestão. Que ideias eles têm para a cidade melhorar? O que eles defendem? Quais suas bandeiras e propostas frente ao atual governo? Eles são conhecidos da população?
Essa última pergunta vai direto ao encontro da falta de tempo. Nomes não tão conhecidos conseguem ganhar engajamento, “corpo”, a ponto de a campanha ter força suficiente para uma vitória? A resposta é sim.
Em política, não há nada impossível, embora haja dificuldades. Fato é que não há eleições iguais. Não adianta “copiar” Zema, Bolsonaro ou Lula no pleito deste ano. A experiência em outras campanhas me ensinou que não existe eleição ganha antes da apuração e que não existe candidato derrotado antes da campanha começar.
Além disso, para vencer uma eleição, é preciso entender as inúmeras variáveis do processo eleitoral. Desde o sentimento dos eleitores em relação à cidade, até quais mensagens serão levadas a eles e como eles vão interpretá-las. Assim, nem sempre vence o melhor candidato. Mas ganha aquele que erra menos e que consegue administrar melhor o tempo, interpretar os cenários e levar as melhores mensagens de esperança e mudança para vida dos cidadãos.
Claro que, nas cidades da região, existem nomes capazes de crescer como oposição. Mas falta a eles uma identidade, uma pauta definida e, mais importante, um rosto que a represente. E oposição não se trata de ficar apontando problemas. Esses, as pessoas já sabem quais são. A rua está suja, faltam médicos no posto, o trânsito está um caos, não há ônibus suficientes; qualquer criança o percebe. Oposição inteligente e, o mais importante, democrática, é aquela que aponta soluções e caminhos para mudar e melhorar a vida das pessoas.
Em poucos dias, começam as convenções partidárias. Vejamos quais nomes serão consolidados como pré-candidatos a prefeito. Por enquanto, há muitos balões de ensaio e pontas soltas. Os opositores, independentemente de quem sejam, precisam ter condições de mostrar a que vieram e porque merecem o voto e a confiança do eleitor. O relógio não espera…