Declínio
Em 2020, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) perdeu por margem estreita a eleição para prefeito de João Monlevade e ainda elegeu três vereadores. Quatro anos depois, a legenda fica em quarto lugar na disputa majoritária, não conquistando sequer uma cadeira parlamentar. No fundo, o PDT monlevadense não existia: ele se resumia ao seu líder, o saudoso médico Dr. Railton Franklin.

 

Tonhão

Os candidatos a vereador pelo PDT não conquistaram nem a suplência, mas, paradoxalmente, o atual parlamentar Tonhão teve mais votos que o novato Sassá Misericórdia (Cidadania). Isso significa que, se Tonhão permanecesse no Cidadania (seu antigo partido), ele teria sido reeleito. Mas na história não existe a palavra “se” e política não perdoa quem erra.

Recursos

Nem sempre, dinheiro é sinônimo de sucesso. Gustavo Prandini (PCdoB) recebeu R$55 mil do fundo eleitoral, mas não renovou a sua cadeira. Já Belmar Diniz (PT) teve receita de R$24,6 mil, na campanha, sendo R$4,5 mil do fundo eleitoral. Ou seja, Prandini recebeu mais de dez vezes os recursos do fundo eleitoral que Belmar e perdeu a eleição ainda assim. O petista conquistou seu quinto mandato.

Falhas

A oposição ao governo de João Monlevade cometeu vários erros primários. O primeiro deles foi ausentar-se do debate público durante quase todo o governo de Laércio Ribeiro (PT), aparecendo apenas em 2024. O segundo foi perder-se em discussões intermináveis e infrutíferas sobre uma união eleitoral que nunca se concretizou. E não mencionemos a fatídica reunião na casa de Carlos Moreira, que não serviu para nada além de atrair a repulsa do público… Lições do pleito.

Visibilidade

A eleição ensinou que se a oposição quiser manter-se em evidência durante os próximos quatro anos, precisa se reinventar. Na Câmara, o prefeito Laércio terá como oposição os vereadores Sinval Dias e Dr.Sidney (ambos do PL), além de Carlinhos Bicalho (PP). Como será a atuação deles em relação ao governo?

Alinhamento

Os partidos aliados a Laércio Ribeiro elegeram 12 dos 15 vereadores de João Monlevade. Isso indica que a próxima gestão não deve ter dificuldades para aprovar seus projetos de lei, mesmo aqueles que exijam a maioria qualificada de dois terços. Vale lembrar que o atual Legislativo começou com seis vereadores eleitos por partidos governistas.

Raiva

Poucas coisas são mais grosseiras que as declarações irritadiças de candidatos derrotados, maldizendo a comunidade que prometiam defender até o dia anterior. Alguns cobram por favores que prestaram aos eleitores, como se eles tivessem a obrigação de recompensar na urna a gratidão por esse favor. É uma confissão tácita da compra de votos, felizmente infrutífera. Afinal, não se deve escolher um candidato por simpatia pessoal ou por “dívidas de gratidão”.

Ex-vereadores

Alguns ex-vereadores de João Monlevade, mesmo sem se elegerem, obtiveram votações consideráveis nas eleições de domingo (6). São os casos de Cabo Vieira “Carreiro” (PL), com 526 votos; Zé Lascado (Cidadania), com 455 votos; ou Gentil Bicalho (PT), com 428 votos. Estão no páreo para daqui a quatro anos?