(*) Adilson Simeão
Na literatura de pesquisas, existem teses que facilitam a interpretação dos pesquisadores no cálculo da probabilidade do vencedor numa eleição. Uma dessas, descrita pelo cientista político Alberto Carlos Almeida, um governo, para ser reeleito ou fazer sucessor, precisa ter mais de 50% de avaliações como ótimo ou bom no período eleitoral. Isso faz total sentido no contexto democrático, onde se vence uma eleição com metade dos votos mais um.
Em Itabira, a disputa começou com o anúncio de pré-candidaturas nos últimos dias. A primeira foi a do vereador Neidson Freitas (MDB), ao lado da vereadora Rose Félix (PSD), apoiados pelo ex-prefeito Ronaldo Magalhães (União). O segundo lançamento, previsto para o dia 22 de maio, será do ex-prefeito João Izael (PMN). Enquanto isso, o atual prefeito Marco Antônio Lage (PSB), naturalmente caminha para tentar a reeleição, segundo a mídia local.
Nos números da última pesquisa do DataMG, publicada no site datamg.com.br, fica claro que o atual mandatário do município tem a maior chance de vitória. Ele lidera 29,7% das intenções de voto. No quesito avaliação, seu governo alcança cerca de 46% de ótimo e bom. Contudo, observamos alguns desafios do atual prefeito.
Novos números do estudo nos ajudam nesses cálculos. O prefeito itabirano perdeu boa parte dos votos que teve em 2020. Os pesquisadores perguntaram em quem o eleitor votou em 2020. No levantamento, 40,2% afirmaram Marco Antônio. Agora, revela o mesmo estudo, 29,7% disseram votar nele atualmente. Ou seja, de cada quatro pessoas que votou no Marco na sua eleição, uma já não votaria em sua reeleição, neste momento.
Essa perda de votos pode ser atribuída à falta do apoio de dois cabos eleitorais que o atual prefeito teve na eleição de 2020: João Izael, que se colocou na disputa deste ano, e o ex-deputado Bernardo Mucida (PSB), que rompeu politicamente com o atual prefeito e, agora, tende a apoiar a oposição.
Neste contexto, fica um pouco mais claro calcular as probabilidades de vitória tanto da situação quanto da oposição. Para o atual prefeito, há algumas possibilidades de êxito. Para isso, tem de melhorar um pouco mais a avaliação do seu governo para, teoricamente, não depender de apoio nenhum. Outras possiblidades são, tentar compor com antigos aliados, como João Izael ou contar com a divisão da oposição que pode lançar duas ou três chapas para outubro.
Quanto à oposição, a melhor estratégia é unir todos em um grande bloco para enfrentar Marco Antônio. Assim, repetindo façanhas do passado. Isso aconteceu outras vezes, com êxito da oposição em pelo menos dois momentos recentes. Em 2000, o então vereador Ronaldo Magalhães, que contou com a união de toda a oposição, tendo como vice João Izael, venceu numa disputa apertada o prefeito da época, Jackson Tavares (PT), que era bem avaliado. Outro fato histórico foi a própria eleição de Marco Antônio, que contou com o apoio maciço da oposição, incluindo João e Mucida, dessa vez, para vencer o prefeito Ronaldo.
Portanto, caros leitores, investidores, apostadores e todos interessados em resultados eleitorais: os dados foram lançados e as probabilidades serão recalculadas. O DataMG tem um excelente histórico de acertos para acompanhar o cenário e auxiliar a fazer a melhor aposta. O certo é que se deve aguardar os acordos políticos que deverão ser feitos daqui para frente até o registro das chapas, para aí sim, aumentar as probabilidades de acerto.
(*) Adilson Alves Simeão é empresário e proprietário do Instituto de Pesquisas DataMG