Como é estar à frente da Acimon quando a entidade completa 60 anos?
Estar à frente da Acimon por si só já é uma honra e uma responsabilidade enorme. A importante data traz consigo marcas atuais de muito crescimento e reconhecimento no meio associativista estadual. A Acimon conquistou um lugar muito representativo com a brava atuação de meus antecessores. Continuar o trabalho deles com o mesmo afinco e resultados é o principal desafio da nossa gestão.
Eu me sinto muito lisonjeado, encorajado e entusiasmado para trabalhar e fazer diferença nesta casa que tanto fez e faz para o empreendedor e comunidade em geral.
E como a entidade chega aos 60 anos de história?
A entidade chega bem forte e saudável, fruto do trabalho de grandes empresários que construíram esta história.
Realizar feitos numa instituição em que todos são voluntários é um desafio porque na maioria das vezes deixamos de lado responsabilidades diárias e cruéis do dia a dia de nossas empresas. Mas contar com uma diretoria séria e que entende o propósito deste associativismo deixa o trabalho menos árduo e muito recompensador. A Acimon sempre contou com diretorias atuantes e com uma renovação natural que potencializa muito a sustentabilidade da causa.
A Acimon conquistou um lugar relevante na cidade com respeito às políticas públicas no âmbito do desenvolvimento econômico local através de parceria duradoura, envolvendo vários setores do município, além de implementar as Câmaras de Mulheres e Jovens Empreendedores.
Sempre com ações pautadas em ética, transparência, credibilidade e responsabilidade, entendo que o trabalho construído nestes 60 anos dignifica muito os objetivos da instituição.
Qual é a importância da entidade para o desenvolvimento de João Monlevade?
Para nós, o desenvolvimento econômico é a mola para a sustentabilidade comercial, liberdade pessoal e potencializador de qualidade de vida. Portanto, o nosso trabalho se divide em alguns braços neste sentido do desenvolvimento local. Primeiramente, os vários produtos que oferecemos aos nossos associados, na maioria deles gratuitos, acabam sendo um atalho para desenvolvimento e crescimento das empresas. Ao crescer, elas geram mais empregos e por consequência, mais desenvolvimento para nossa cidade. Um outro ponto determinante é a visão global que desencadeou na criação do CP10, Acimon Mulher, Acimon Jovem e suas ações. A ideia de reunir pessoas, entidades e formadores de opinião para buscar um futuro para Monlevade torna-se fundamental para fortalecer um senso comum de como a cidade deve crescer.
Você pode destacar algumas das principais conquistas da Acimon?
A construção não foi fácil, mas as atitudes idealistas de vários empresários ao longo destas seis décadas foram preponderantes para sermos, hoje, uma entidade sólida, com um propósito bem estabelecido.
Várias conquistas fazem parte desta trajetória. Na minha visão, as principais são a viabilização do Sebrae e a criação da Agenda Viva.
Pelos critérios e política interna do Sebrae, João Monlevade não possui os atributos para ter um escritório regional e deveria ser atendido por sede de outro município. O trabalho persistente da Acimon conquistou este legado. Somos a única cidade de Minas que não é polo IBGE que possui um escritório regional do Sebrae, que funciona nas dependências da entidade com inúmeras possibilidades. O Sebrae faz um trabalho intenso voltado para o desenvolvimento local com investimentos que jamais conseguiríamos trazer pra cidade de maneira tão direta.
A criação da Agenda Viva chega depois de anos de discussão sobre desenvolvimento econômico local, missões empresariais e conversas para buscar referências e boas práticas. A Agenda Viva vem para dar um ponta pé inicial num plano macro de desenvolvimento econômico para nossa cidade.
Como avalia a relação com os poderes públicos e a comunidade?
A instituição preza por ser apartidária e sugere a seus membros que não exponham preferências políticas para não ter nenhum tipo de conflito. Sendo assim, nossa relação com poderes públicos depende diretamente da abertura que a administração pública permite. Nosso trabalho neste âmbito desenvolvimentista está totalmente atrelado às políticas públicas e entendemos que o CP10 hoje é uma consultoria gratuita e um elo gigante entre os interesses da comunidade e o poder público.
Atualmente o relacionamento com a Prefeitura e Câmara Municipal é real e construtivo. Ambos os representantes entendem a relevância das ações da associação e as potencializam.
Quais os benefícios de ser um empresário associado?
A Acimon quer ser reconhecida cada vez mais como a Casa do Empreendedor Monlevadense, um centro de convergência das necessidades empresariais, tornando-se uma extensão dos empreendimentos locais.
A diretoria trabalha para criar soluções para empresas em geral. Acredito que quando uma empresa tenha acesso de forma mais barata e gratuita a inúmeros serviços obrigatórios ou consultivos já é uma vantagem enorme. Além disso, o associativismo empresarial fortalece relações num país onde as regras mudam o tempo todo e a visão do empresário é muito desvirtuada. Estarmos juntos é uma possibilidade para tratar interesses comuns em diversas arenas com representatividade e força. As cidades mais desenvolvidas do mundo e do Brasil têm um índice de associativismo enorme.
Além de todos os benefícios diretos às empresas, temos uma atuação importante voltada ao coletivo, em áreas como segurança pública, desenvolvimento econômico e ação social, que trazem resultados muito positivos aos negócios e para a comunidade.
E quais os próximos projetos da entidade?
Há alguns anos, existe uma reunião entre associações comerciais de 10 cidades vizinhas com objetivo de criar um plano regional de desenvolvimento. A ideia é colocar o Médio Piracicaba no mapa e ser reconhecido. Nossa cidade está imersa numa região riquíssima e se juntarmos as mãos com a nossa vizinhança, num plano comum, certamente trará mais possibilidades. Um projeto que já existe neste sentido, mas que os resultados ainda serão colhidos em breve, é a consolidação da Agir (Agência de Inovação e Desenvolvimento Regional do Médio Piracicaba).
Complementando os próximos passos, temos em mente trazer um fórum anual de desenvolvimento econômico para que estas ideias da Agenda Viva possam estar sempre se atualizando e para destacar o associativismo trazendo cada vez mais empresários para a mesa de discussão.
Estamos passando por uma reestruturação interna, que vai desde atualização e modernização dos produtos e serviços existentes, e ainda, implantação de novos benefícios aos associados.
Pretendemos intensificar cada vez mais a participação no Plano Regional de Desenvolvimento, que é uma reunião das associações comerciais da região com o propósito de promover a união de esforços para a elaboração de uma pauta comum, que priorize o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Médio Piracicaba, trazendo reconhecimento e colocando nossa região efetivamente no mapa, estabelecendo, sobre os valores intrínsecos do associativismo, os alicerces do empreendedorismo, da inovação e da sustentabilidade para estabelecer e sustentar estratégias que promovam mudanças positivas para a sociedade.
Nossa região representa 2,5% do PIB de Minas Gerais. Temos convicção que unidos alcançaremos mais rapidamente os objetivos e certamente trará para Monlevade ainda mais possibilidades.
O que Acimon espera para o futuro?
Entendemos que não existe cidade fraca com uma população forte. A Acimon espera continuar contribuindo para fortalecer a comunidade nos vários espectros propostos no âmbito macro de desenvolvimento econômico e fazer diferença para os negócios de nossos associados.
Com as mudanças e ações que vimos promovendo, a intenção é despertar em todos os empresários a sensação de pertencimento e valor da Acimon, de modo que reconheçam cada vez mais a entidade como catalizadora das transformações e aqui, busquem soluções empresariais eficientes.
Se estas duas diretrizes forem trabalhadas, o associativismo prospera e certamente estaremos cumprindo nosso papel de construir um futuro cada vez melhor.