1) Com um governo bem avaliado e com alta aprovação popular (acima de 60%) não dá para falar que a gestão de um prefeito é ruim. É ir contra o que o povo está vendo. Isso aconteceu em João Monlevade, São Gonçalo do Rio Abaixo, Itabira e São Domingos do Prata.
2) Eleitor até fala mal de político. Mas ele não aprova político que fala mal de outro político. Candidato tem que ser propositivo, mostrar ser capaz de resolver demandas e melhorar a vida das pessoas. Isso, sem ataques e baixarias.
3) Oposição que quer vencer precisa trabalhar muito. Mas não somente no período eleitoral. Até por que, em 45 dias, não se forma uma liderança. O nome precisa estar fortalecido a longo prazo. Quem perdeu começou tarde demais. E antes de fazer marketing eleitoral, é preciso fazer sempre marketing político, com comunicação ativa, mostrando o que pensa para a cidade, seus propósitos e o que faz enquanto cidadão. Não dá para cair de paraquedas e já se apresentar como nome viável.
4) Não se vence eleição sem um bom corpo jurídico. Erros simplórios podem dar complicações e problemas que prejudicam a campanha, pois levam à desconfiança e falta de credibilidade. Por esses erros, Luiz Carlos (PL), por exemplo, trocou de vice quatro vezes. E Gustavo Breguez teve inúmeros problemas com a Justiça Eleitoral.
5) Não se vence eleição sem grupo. Coligações são importantes, até para atrair mais candidatos a vereador que pedem voto para a chapa de prefeito. Além desses, candidaturas ao Executivo precisam ser legitimadas pela coletividade. Afinal, ninguém pode ser candidato de si mesmo.
6) Não se vence eleição sem estratégia de comunicação bem definida e um bom marketing eleitoral, capaz de ampliar o potencial político do candidato. Não se vence eleição com achismos, é preciso profissionalizar o processo. Campanha não é ir para a rede social fazer vídeo, imprimir santinho e contratar pessoal para balançar bandeira. Marketing eleitoral é fruto de análises de cenários, condições, situações e inúmeras variantes que um olhar profissional é capaz de fazer.
7) Candidato a prefeito precisa pensar na coletividade e não falar apenas para a sua bolha. Um dos erros foi tratar Laércio como “esquerda” e brigar para provar quem é a “direita”. A polarização entre Lula e Bolsonaro não colou na disputa municipal.
8) Não segmentar os discursos. A lógica das redes sociais vale muito para campanhas eleitorais. Falar para todo mundo é falar para ninguém. É preciso dividir a campanha em várias ações focadas para todos os públicos.
9) Oposição não soube mostrar a que veio. Afinal, os nomes se colocaram como candidatos para quê? Qual foi o projeto de cidade? Que tipo de Monlevade poderíamos ter em caso de vitória? Oposição tem que ter inteligência, ousadia e personalidade. Nenhum nome da oposição soube mostrar que era, de fato, o “candidato da mudança”.
10) Subestimar a opinião pública, não dialogar com entidades e a sociedade, buscar mais muros do que pontes e cercar-se de pessoas que pensam exatamente igual, sem dar ouvido ao contraditório é um erro grosseiro. Outro é pensar que o povo é bobo.
Fica a dica:
Laércio venceu e tem a maioria de vereadores na Câmara. Mas ele não pode disputar em 2028. E vai precisar trabalhar muito, pois o segundo mandato costuma ser mais desgastante que o primeiro. Que ele e seu grupo sigam adiante, buscando resolver os problemas graves que afetam Monlevade.
Já quem perdeu, tanto para vereador quanto para prefeito, não adianta voltar para o casulo. Passada a ressaca da derrota, é hora de aproveitar o calor eleitoral e continuar comunicando com as pessoas.
Além disso, dá para fiscalizar e acompanhar o governo e a Câmara, mesmo fora da gestão. Participar da vida política é questão de cidadania. E isso, pode futuramente, ajudar na construção de novos candidatos. Política não socorre quem dorme ou quem erra e a corrida para 2028 já começou.