Com o pedido, órgão suspende parcialmente outorga de hidrelétrica em São Gonçalo e aumenta a vazão

O Departamento de Águas e Esgotos (DAE) de João Monlevade, por meio de seu diretor, José Afonso Martins, solicitou formalmente a intervenção do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) para auxiliar na resolução dos problemas relacionados ao abastecimento de água no município. A medida, conforme o DAE, contribuiu para garantir a manutenção de uma vazão mínima de 9,7 metros cúbicos por segundo no Rio Santa Bárbara, assegurando o abastecimento de água à população de Monlevade.

Segundo o DAE, o nível do rio tem sofrido oscilações diárias desde o mês de agosto, o que vem dificultando a operação das bombas de captação e prejudicando a capacidade de distribuição de água aos monlevadenses. José Afonso Martins destacou que o fluxo de água, que normalmente mantinha uma vazão estável de cerca de 280 litros por segundo, caiu para valores mais baixos, como os de 198 litros por segundo. “Esse comportamento afeta diretamente a produção e distribuição de água potável para o município”, afirmou o diretor.

Intervenções

O DAE já realizou várias intervenções internas para tentar estabilizar o abastecimento, mas sem sucesso. “O problema tornou-se ainda mais grave a partir de 6 de setembro, quando o tempo entre as variações de nível do rio passou de 24 para 48 horas, comprometendo ainda mais o sistema de captação”, explica José Afonso.

Diante dessa situação, o DAE solicitou o apoio do Igam para investigar as causas das variações e definir medidas legais que possam ser tomadas para garantir o abastecimento de água à população. O diretor ressaltou ainda que, além da estiagem, três grandes usuários dos recursos hídricos do Rio Santa Bárbara – a Vale (Mina do Brucutu), a Hidrelétrica Peti e a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Gonçalo – também impactam o nível do rio, sendo necessário um estudo técnico e regulatório mais aprofundado.

No dia 16 de setembro, o diretor-geral do Igam, Ivan Marcelo da Fonseca, respondeu ao pedido do DAE de João Monlevade, determinando a suspensão parcial da portaria de outorga da PCH São Gonçalo. A decisão é vista como crucial para estabilizar a captação de água bruta e mitigar os impactos das oscilações no nível do rio.

Monitoramento

Para garantir o cumprimento da outorga, o DAE instalou réguas medidoras em pontos estratégicos de captação do Rio Santa Bárbara. Essas réguas permitem o acompanhamento contínuo do nível da água, assegurando que a vazão mínima de 9,7 metros cúbicos por segundo seja mantida conforme determinado pelo Igam.

Segundo o DAE, as primeiras 24 horas, após a portaria do Igam, o nível manteve em 1,25 metros acima da grade de captação. “A média de nível do rio, nas últimas 44h, foi de 1,32 metros e a vazão de 260 litros por segundo. Ontem (19) às 9h ele subiu para 1,55 metros. Continuamos a monitorar o rio de hora em hora. Vamos acompanhar os próximos dias, para determinar se existe sim uma estabilidade no nível do rio e de quanto ela será”, informa o diretor José Afonso.

Responsabilidade

Mesmo com essas medidas, o DAE pede à população que evite o uso de água tratada para atividades não essenciais, como lavar carros, calçadas e passeios. “A colaboração dos moradores é fundamental para garantir o abastecimento regular e minimizar o risco de falta de água enquanto as autoridades trabalham para estabilizar a situação”, afirma o diretor do DAE.