DAE afirma fornecer 224 litros de água por habitante todos os dias. A média nacional é de 153 l por pessoa

Moradores de vários bairros de João Monlevade sofreram com as torneiras secas no último fim de semana. E, ao longo da semana, muitas casas também tiveram falta de abastecimento. O Departamento Municipal de Águas e Esgotos (DAE) confirmou os problemas na distribuição, atribuindo-os à baixa do rio Santa Bárbara, onde ocorre cerca de 95% da captação da cidade. O rio sofre com os meses de estiagem e com as inclementes queimadas que castigam o Médio Piracicaba.

Segundo o DAE, os reparos na casa de bombas foram concluídos por volta das 11h30 do domingo (8), com a retomada gradual do abastecimento. No entanto, os bairros mais altos ficaram mais tempo com as torneiras secas, com reclamações até nos dias seguintes. O pedido é que a população use a água com responsabilidade.

Números

O DAE afirma fornecer 224 litros diários de água para cada cidadão monlevadense, mais que o dobro dos 110 litros mínimos preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A média nacional é de 153 litros por cidadão.

Pelos números da autarquia, ela distribui 19,08 milhões de litros todos os dias para os monlevadenses. No entanto, em virtude da seca, o órgão está entregando 4,392 milhões de litros diários a menos, 17,688 milhões de litros no total, queda de 23,01%.

Para tentar compensar a perda, o DAE afirma captar e tratar a água do rio Santa Bárbara 24h por dia. A autarquia também realiza a manutenção do maquinário, a limpeza dos poções de sucção, a adequação dos equipamentos e a dragagem do leito do rio Santa Bárbara. Segundo o órgão, as adutoras da rede distribuidora estão em bom estado e passam por manutenções e reparos constantes.

Investimentos

Junto ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (CBH Doce), o DAE obteve R$374.217,47 destinados para projetos que já estão prontos, R$7.510.356,82 para execução da obra e R$750.000,00 de contrapartida do município. No entanto, a legislação eleitoral impede o uso dos recursos antes do pleito de 6 de outubro.

Desde 2021, pontua a autarquia, os investimentos e melhorias na captação e tratamento de água do município foram de R$1.039.521,56. Já os custos com produção, distribuição e manutenção dos serviços desde 2021, somam R$43.927.02,99. Mais de 90% dos serviços desempenhados usam recursos e pessoal próprios.

O DAE informa que realizou investimentos em ampliação do armazenamento com construção de novos reservatórios, melhoria da distribuição com extensão da rede de água, manutenções preventivas e corretivas e o monitoramento constante do rio Santa Bárbara. A autarquia ainda diz operar duas bombas para captação, utilizar um caminhão-pipa para abastecimentos pontuais, entre outras medidas. A Prefeitura e a distribuidora afirmam terem intensificado as ações de conscientização da população para o uso racional da água.
Nascentes

O A Notícia questionou a autarquia sobre o aproveitamento de nascentes, como a que jorra ao lado do Velório Municipal, no bairro José de Alencar. O DAE afirma que a água dessa fonte é imprópria para consumo, com sujeira e microorganismos infectantes para humanos e animais. Além disso, o órgão aponta para o alto custo do tratamento e para a vazão insuficiente para tornar viável o uso do líquido nessa nascente.

ArcelorMittal

Segundo o DAE, a captação de água para os bairros atendidos pela ArcelorMittal é separada do restante da cidade, ocorrendo junto à usina hidrelétrica da empresa. Dessa forma, os efeitos da estiagem nessa área da cidade são amenizados. A ArcelorMittal fornece água para os bairros Jacuí, Santa Cruz, Amazonas, Centro Industrial, Pedreira e parte da Vila Tanque. Nesses locais, não há cobrança na conta de água.