(*) Erivelton Braz
A frase do título é do estadista Napoleão Bonaparte. Mas cai como uma luva atualmente. Vejam o caso de João Monlevade. Quem diria que um dia, o PT se uniria a Elgen “Machadão” para comandar o município? E tem mais: com grandes chances ainda, da esposa dele, Dorinha Machado, tornar-se vice numa possível reeleição de Laércio.
Falando nisso, quem diria também que o atual vice, Fabrício Lopes, que foi vice de Simone Moreira, seria eleito vice de Laércio Ribeiro, após unir-se e articular o grupo de oposição?
São muitas as aparentes contradições. Mas a política se firma nesses absurdos. Tanto no Executivo, quanto no Legislativo. Por exemplo, muitos vereadores foram eleitos na base governista de Laércio e continuarão por lá. Isso, porque foram arrebanhados por Fabrício Lopes e “Machadão”.
Porém, esses edis têm posturas declaradamente bolsonaristas e alguns, votaram e apoiaram o ex-presidente Jair Bolsonaro em Monlevade. Desconsiderando Lula, do partido de Laércio. No entanto, nas eleições deste ano, terão que votar no PT, já que integram a base do prefeito e assim desejam continuar.
A política
A política é feita de interesses. E esses interesses, muitas vezes, passam por cima da razão. Daí, a frase napoleônica. Muitos falam em governo de coalização, que é a junção de grupos distintos e até contraditórios, em nome de uma eleição e a sua governabilidade.
Mas até quando isso vale? Como disse uma liderança partidária: “democracia tem limites!” Em Monlevade tem? Se tivesse, Bolsonaro não teria vencido na única cidade governada pelo PT na região e com apoio da maioria dos vereadores e até de integrantes do governo do petista Laércio.
Se Laércio for reeleito, Monlevade será governada pelo PT pela quarta vez. A primeira com Leonardo Diniz, entre 1989 e 1992 e as demais com Laércio Ribeiro (1997 a 2000 e 2020 a 2024). Mas isso não significa que a cidade seja petista. Nem de longe. Por aqui, é comum ouvir: “não gosto do PT, mas voto em Laércio”. Mas Laércio é PT… outra vez que absurdo não é obstáculo.
Pre-candidato
Hoje, muitos se colocam como pré-candidatos. A oposição lidera em quantidade: cinco nomes se apresentaram até agora como postulantes a prefeito. Entusiastas já sentenciam que a “direita” vence.
Mas a experiência ensina que ninguém ganha eleição antes da apuração. Outro ensinamento: quanto mais a oposição se dividir, melhor e mais fácil fica para a situação. Será que os cinco nomes vão se unir em torno de uma candidatura e de um projeto único de cidade, que faça frente ao atual governo?
Outra lição que o trabalho em comunicação e marketing político me ensinou: são os indecisos que decidem eleições. Parece contraditório e improvável. Mas é verdade. Por isso, vence quem apresenta melhores ideias e condições de governar para todos. Não apenas para seus grupos. Não apenas para a bolha onde estão inseridos.
Para finalizar a máxima que cai bem quando a pauta é eleição: política é como nuvens que a cada hora estão num lugar. E ela também não considera absurdos como barreiras. Por isso, não se assuste se muitos aparecerem até outubro.
(*) Erivelton Braz é editor do
A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação