A Câmara de João Monlevade realizou uma solenidade para celebrar o Dia Internacional da Mulher, com a entrega do Diploma “Mulher Construtora da Democracia”. O evento, no plenário da Casa, tem como objetivo reconhecer e homenagear mulheres que se destacam no município por suas contribuições em diversas áreas e pelo impacto positivo gerado por suas ações.

Este diploma é conferido anualmente às mulheres que, por sua coragem, dedicação e responsabilidade, têm se empenhado em causas sociais, culturais, educacionais e de saúde, visando ao bem-estar coletivo e à promoção da democracia e igualdade. As homenageadas deste ano foram: a ativista e voluntária, Doralice Sotero da Costa; a líder do clube de mães, Luzinete Maria do Carmo Cassiano; e a presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas e Síndrome (AASPAS), Simone de Oliveira Barcelos.

Elas foram escolhidas por uma comissão especial composta pelo segundo secretário da Casa, vereador Belmar Diniz, pelo representante da imprensa, o jornalista Erivelton Braz; e pela representante do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Monlevadense, Cíntia Cristina Papa de Souza.

Discursos

Durante a solenidade, as homenageadas proferiram seus discursos ressaltando as lutas, superações e compromisso com a transformação social. Primeira a discursar, Doralice destacou a importância da resistência e do voluntariado em sua trajetória, dedicando o reconhecimento a todos que caminham ao seu lado, especialmente aos jovens e adolescentes. “Decidi servir e lutar. Não sei desistir. Acredito que sempre há uma luz no fim do túnel”, afirmou.

Em sua fala, Luzinete destacou sua redescoberta aos 65 anos, quando percebeu que ainda poderia contribuir com sua comunidade. Ela agradeceu o apoio de sua família e das mulheres do Clube de Mães Santa Rita, reafirmando seu compromisso com a valorização do trabalho feminino e a busca por geração de renda. “Só agora entendo que esse era o meu momento. Sigo com gratidão e vontade de fazer mais”, declarou.

Por fim, Simone Barcelos fez uma reflexão sobre o papel histórico das mulheres na resistência, citando figuras bíblicas e grandes referências femininas como Dandara dos Palmares, Maria da Penha e Marielle Franco. Ela destacou a necessidade de garantir direitos para mães atípicas e suas famílias, cobrando políticas públicas que assegurem saúde e educação para crianças com deficiência. “Que a justiça não seja um privilégio, mas um direito de todas nós”, afirmou.

Os membros da Comissão também fizeram uso da palavra para enaltecer as homenageadas. Eles falaram ainda da alegria em terem sido escolhidos para participar da Comissão e poder indicar as mulheres que são exemplo para a sociedade.

O vereador Belmar Diniz (PT), membro da Comissão, falou do impacto positivo das homenageadas em suas comunidades devido as histórias inspiradoras e o comprometimento com o bem-estar de outras pessoas.

A vice-prefeita, Dorinha Machado, parabenizou as homenageadas e enfatizou o trabalho desenvolvido por elas. “Este título não é apenas um reconhecimento, mas um lembrete de que a democracia se faz com a participação de todos, especialmente de nós mulheres. Que essa homenagem sirva de inspiração para que mais mulheres ocupem seus espaços e levantem suas vozes e continuem construindo um legado de transformação”, declarou.

O presidente da Casa, Fernando Linhares (Podemos), também discursou para endossar a importância da homenagem: “Essas mulheres que, com sua trajetória de vida e seu compromisso com o bem coletivo, têm sido verdadeiras construtoras da nossa sociedade. Elas, com seus exemplos de coragem, resiliência e solidariedade, transformam realidades e inspiram todos nós”.

Sobre as homenageadas

Doralice Sotero da Costa, 76 anos, sempre esteve envolvida com o voluntariado e a defesa de direitos sociais e dos mais vulneráveis. Aposentada, atuou na Pastoral da Saúde, Cruz Vermelha e Lar São José. Uma das fundadoras do grupo “Amor Exigente” e ajudou a criar a Colônia Bom Samaritano. Seu lema, “Mais coração nas mãos”, reflete seu compromisso com a solidariedade.

Luzinete Maria do Carmo Cassiano, 65 anos, trabalhou como cabeleireira por 26 anos e hoje lidera o Clube de Mães da Comunidade Santa Rita, incentivando mulheres à independência financeira por meio do artesanato. Também integra a rede Conexão Metamorfose, voltada ao empoderamento feminino.

Simone de Oliveira Barcelos, 47 anos, tornou-se referência na luta pela inclusão de crianças autistas após enfrentar desafios com seu filho Lorenzo. Em 2017, ajudou a fundar uma associação para garantir direitos e políticas públicas voltadas ao TEA, defendendo a aplicação da Lei Berenice Piana.