O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nessa quarta-feira (17) a privatização do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares da BR-381, que inclui a faixa que passa pelo Médio Piracicaba. O órgão também emitiu novas recomendações técnicas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para facilitar a concessão do trecho, com leilão previsto para o segundo semestre, depois de três tentativas fracassadas.
O processo é acompanhado de perto pela Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi), e já foi tema de várias reuniões e inciativas. O presidente da associação, o prefeito de Nova União, Ailton Guimarães (Avante), comemorou. “Essa é uma grande conquista para nossa região e é motivo para comemorar! Recentemente, junto a um grupo de prefeitos e lideranças, estivemos em Brasília para reforçar a importância da rodovia para a nossa região, além de pedir empenho do governo federal para essa obra. Fomos recebidos pelo ministro Antonio Anastasia que atendeu nossa reivindicação e aprovou a concessão. A expectativa, agora, é a de que o leilão seja realizado no segundo semestre”, destacou.
O ex-presidente da Câmara Municipal de João Monlevade e coordenador do Movimento Pró-Vidas BR-381, Clésio Gonçalves, também destacou a iniciativa do TCU. Segundo ele, especialistas afirmam que as mudanças no edital devem atrair interessados em concorrer na licitação.
No Médio Piracicaba, a BR-381 passa por Bom Jesus do Amparo, Barão de Cocais, São Gonçalo do Rio Abaixo, João Monlevade, Bela Vista de Minas e Nova Era e é caminho obrigatório para quem vai até BH ou Vale do Aço.

Duplicação

Atualmente, cerca de 80 KM estão duplicados e ainda restam 107 a se tornarem pista dupla. A concessão deve durar 30 anos, com estimativa de receitas tarifárias de R$25,98 bilhões, recolhidas em cinco praças de pedágio. Uma dessas, em João Monlevade. São estimados mais de R$5,76 bilhões em investimentos e R$2,98 bilhões em custos operacionais.
O trecho a ser concedido é um importante corredor de escoamento de produtos e a principal rota de trânsito de passageiros entre a capital e o leste do estado, passando pelas importantes regiões do Médio Piracicaba e do Vale do Aço.
No entanto, o traçado sinuoso e a pista simples, combinados com a má conservação, o fluxo sempre intenso e a imprudência de muitos motoristas, transformam a viagem numa das mais perigosas do Brasil. Não por acaso, os cerca de 115 quilômetros entre Belo Horizonte e João Monlevade são conhecidos como “Rodovia da Morte”, com milhares de acidentes fatais já registrados.