Com superávit de US$24,9 bilhões na balança comercial em 2024, Minas Gerais é o terceiro maior exportador do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. A informação está disponível no site da Fundação João Pinheiro (FJP), a partir de dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/Mdic). Exportadores de minério de ferro, São Gonçalo do Rio Abaixo e Itabira integram o ranking dos dez maiores municípios mineiros em exportação no ano passado.
Em 2024, as exportações de Minas Gerais cresceram 4,1%, totalizando US$41,9 bilhões, e as importações somaram US$17 bilhões, registrando avanço de 9,7% na comparação com 2023. Com isso, o saldo comercial registrado para o estado foi de US$24,9 bilhões, segundo maior valor do período 2020-2024. Somente no mês de dezembro/2024, o superávit foi de US$1,6 bilhão, com as exportações alcançando US$3,1 bilhões (-13,9%) e as importações, US$1,4 bilhão (+22,9%).
Municípios
Araxá foi o principal município exportador de Minas Gerais em 2024, com vendas de US$2,3 bilhões concentradas em produtos siderúrgicos destinados à China. Conceição do Mato Dentro foi o segundo maior exportador do estado e Nova Lima, o terceiro. Ambos tiveram o minério de ferro como principal item da pauta. Conceição do Mato Dentro exportou US$2,2 bilhões, especialmente para o Barein e a China. Nova Lima contabilizou US$2,1 bilhões, vendendo predominantemente para a China. O município de Varginha foi o quarto colocado, registrando US$2 bilhões de exportações lideradas pelo café, principalmente para a Alemanha, os Estados Unidos e a Bélgica.
São Gonçalo e Itabira
Na quinta posição, com US$1,6 bilhão, São Gonçalo do Rio Abaixo se destacou nas exportações de minério de ferro, com destino principal para a China. O valor representa 4,20% das exportações do estado. Guaxupé foi o sexto maior exportador mineiro, com US$1,5 bilhão, e pauta liderada pelo café.
Paracatu, Betim, Itabirito e Itabira completam a lista dos dez maiores municípios exportadores de Minas Gerais em 2024. As exportações de Paracatu, US$1,4 bilhão, concentraram-se em ouro, principalmente para a Suíça e o Canadá. Nas vendas de Betim (US$1,3 bilhão), o destaque foram os veículos automóveis, principalmente para a Argentina e o México. Itabirito (US$1,3 bilhão) e Itabira (US$1,2 bilhão) se notabilizaram pelas vendas de minério de ferro para a China. Itabira representou 3,25% das exportações do estado.
Monlevade
João Monlevade aparece em 51º lugar no ranking, com US$146.749.949 em exportações, o que representa 0,39% das vendas do estado para fora do país. Antes dela, também pertencente à região do Médio Piracicaba, está Catas Altas, que figura na 31ª posição na lista das cidades exportadoras, com US$308.308.00, o que corresponde a 0,81% das vendas de Minas Gerais para o exterior.
Estado
Apesar do crescimento de 7,5% em relação a 2023 do volume vendido de minério de ferro, as exportações do produto recuaram 3,2% em Minas Gerais. Em contrapartida, o valor exportado de café avançou 41,2%, bem acima do crescimento de 19,3% do volume exportado. Em conjunto, a participação desses produtos representou cerca de 50% da pauta mineira, com participação de 30,9% do minério de ferro e de 18,7% do café.
Nas importações, o crescimento de 9,7% foi resultado do aumento das compras de máquinas e equipamentos mecânicos (+26%); veículos automóveis (+7%); e máquinas e equipamentos elétricos (+1,4%). Esses foram os principais produtos importados e, juntos, corresponderam a aproximadamente 40% da pauta.
Os principais destinos das exportações de Minas Gerais em 2024 foram a China, cuja participação no valor total em 2024 foi de 36,6%, e os Estados Unidos, com participação de 11%. Esses países foram também as principais origens das importações, com participação de 25,7% e 11,8%, respectivamente.
Dezembro
Em dezembro de 2024, as exportações de minério de ferro em Minas Gerais recuaram 35%; as de carnes, 1,2%; e as de açúcares, 46,9%. Em compensação, as exportações de café aumentaram 21%; as de produtos siderúrgicos, 2,8%; e as de ouro, 10,2%. Esses seis produtos juntos corresponderam a quase 80% da pauta de exportações do mês, com destaque para a participação do café (29,5%) e do minério de ferro (23,2%).
No último mês de 2024, as importações de máquinas e aparelhos elétricos recuaram 17%; e as de adubos (fertilizantes), 30,6%. Por outro lado, as importações de máquinas e equipamentos mecânicos avançaram 51,1%; de veículos automóveis, 52,8%; e de produtos farmacêuticos, 111,7%. Esses cinco produtos alcançaram mais de 50% do valor total das importações mineiras em dezembro.
