Os supermercados de João Monlevade já limitam a venda de arroz a seus clientes. O A Notícia percorreu três lojas, de distintas redes, na tarde de ontem (9) na região central, e pôde constatar a restrição. Num, cada freguês podia levar para casa até seis pacotes. Noutro, o limite caía para cinco unidades. No terceiro, o máximo eram dois pacotes para cada consumidor.

Nenhuma loja explica ao cliente as razões para a limitação, mas ela se deve às atuais inundações no Rio Grande do Sul, as piores da história do estado. No entanto, o governo federal garante que não há risco de desabastecimento e que não há razões para que os consumidores estoquem arroz.

Federarroz

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) reiterou que não há risco de quebra na produção de arroz ou desabastecimento do grão. O presidente da entidade, Alexandre Velho, explicou que 83% da produção prevista já foi colhida, com boa produtividade. Segundo ele, apesar de estradas estarem bloqueadas, os transportes com o resto do país estão garantidas através da BR-101. Dessa forma, o consumidor não precisa acorrer aos supermercados nem fazer estoques do produto em casa, pois o abastecimento está garantido.

Há duas semanas, o Rio Grande do Sul vive as piores enchentes de sua história, que afetou 2,11 milhões de gaúchos. A cheia matou 143 pessoas, deixou 125 desaparecidos e 806 feridos em 446 municípios. O estado é responsável por cerca de 70% da produção brasileira de arroz, e a notícia das inundações provocou uma corrida aos supermercados para comprar o grão. Em virtude da alta demanda, supermercados de vários estados passaram a limitar a venda aos consumidores, o que também ocorreu em João Monlevade. O governo federal e própria Federarroz já afirmaram que não há necessidade que os clientes estoquem o produto em casa, pois não há risco de desabastecimento de arroz.