A Câmara Municipal aprovou nessa quarta-feira (26) o projeto de lei que institui a Política Municipal de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio e Automutilação em João Monlevade. O texto, de autoria do Executivo, quer estabelecer ações permanentes de conscientização e prevenção no município, incluindo eventos como fóruns, workshops, palestras e campanhas educativas. Entre as medidas previstas, está a oficialização do dia 10 de setembro como o Dia Municipal de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio, em consonância com o movimento internacional do “Setembro Amarelo”.

De acordo com a justificativa do projeto, a criação de uma política municipal de valorização da vida e prevenção ao suicídio deve ter como um dos objetivos a transmissão de informações sobre o tema. O texto aponta ainda que “em muitos casos, conforme assegura a Organização Mundial de saúde (OMS), é possível prevenir 90% das mortes se houver condições de ajuda efetiva”.

Durante a discussão do projeto, Belmar Diniz (PT) ressaltou a preocupação do governo com a conscientização e apoio às pessoas em sofrimento, mencionando que a proposta teve origem em um debate iniciado no mandato passado, com a aprovação de um projeto apresentado por ele e o ex-vereador Gustavo Maciel. Belmar enfatizou ainda o papel das escolas, Igrejas e profissionais de saúde no acolhimento de quem precisa de ajuda.

Marquinho Dornelas (Republicanos) chamou a atenção para o aumento dos casos de suicídio e a necessidade de ações concretas. Ele compartilhou um caso que presenciou de uma pessoa pedindo socorro, mas tirou a própria vida. Ele reforçou a importância da implementação efetiva do projeto, cobrando que ele não fique apenas no papel.

Revetrie Teixeira (MDB) elogiou a Comissão de Saúde pela análise do projeto e destacou que o suicídio dá sinais, sendo necessário treinamento e atenção para identificá-los. Revetrie ainda reforçou a importância de as pessoas buscarem ajuda e divulgou o telefone 188, canal de apoio para quem enfrenta crises emocionais.

Sinval Dias (PL) enfatizou que o tema exige preparo e responsabilidade, alertando sobre a necessidade de profissionais capacitados para lidar com situações de risco. Ele também chamou a atenção para a forma como casos de suicídio são divulgados nas mídias sociais, defendendo que a exposição irresponsável pode trazer impactos negativos.

Por fim, o presidente da Casa, Fernando Linhares (Podemos), reforçou as falas dos vereadores que o antecederam, especialmente sobre a divulgação irresponsável de casos de suicídio. Ele sugeriu um estudo para avaliar a viabilidade e legalidade de implementar punições para aqueles que divulgam essas informações de maneira inadequada.