“Deus me livre de ser prefeito, já cumpri meu papel. Política agora é com o Tito”, afirma

“Vejo a aposentadoria com tranquilidade, é normal na vida pública quando se completa 75 anos. Quero cuidar das minhas atividades particulares e cuidar da roça, como sempre fiz, mas agora com mais tempo”. Essas foram algumas das afirmações dadas pelo conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), o ex-deputado estadual Mauri Torres.

Ele deixa a vida pública após 35 anos de atividades como deputado estadual por seis mandatos, o último incompleto e 14 anos como Conselheiro do TCE. Mauri conversou com o editor A Notícia, Erivelton Braz, no início da tarde desta quinta-feira (25). Nesse mesmo dia, o governador Romeu Zema (Novo) oficializou a aposentadoria do conselheiro do cargo no TCE. O ato foi publicado no Diário Oficial.

Porém, bem a seu estilo, Mauri Torres afirmou que já está aposentado e não participou da sessão do Tribunal Pleno de quarta-feira (23). “Não gosto de despedidas, nem de homenagens, por isso, não fui à última sessão”, disse. Ele declara que o sentimento é de gratidão por Monlevade, região e a todos os mineiros, que votaram nele ao longo de todos esses anos. Ele também agradeceu aos que votaram e votam em seu filho, o deputado estadual Tito Torres (PSD), seu herdeiro na vida política. “Deixei a vida partidária quando fui para o Tribunal. Política agora é com Tito”, afirmou.

Despedida

Na sessão de despedida, o presidente do TCE mineiro, conselheiro Durval Ângelo, disse que o colega não estaria se aposentando, já que “aposentar é para aquele que se afasta das atividades, que se recolhe a sua vida privada e coloca um ponto final na atividade pública”.

Para Durval, após os 14 anos exercendo o cargo de conselheiro, Mauri se jubila, porque “jubilado é aquele que continua ainda atuando na sua atividade profissional e continua produzindo, contribuindo com conselhos e ensinamentos”. “Vamos continuar aproveitando de toda sabedoria ainda por muitos e muitos anos, porque disposição, interesse público e vontade, ele continua tendo”, disse.

Futuro

Questionado se ainda tem o sonho de ser prefeito de João Monlevade, Mauri afirmou: “Deus me livre, já cumpri meu papel e sou muito grato a Monlevade e região”. No entanto, disse estar sempre à disposição para atender e conversar com todos que o procurarem. “Para trocar ideias e tomar um café”.

Sobre o filho Tito, Mauri confirmou que segue cotado para assumir uma das três vagas abertas no TCE. Porém, além dele, são citados nomes dos deputados Ulysses Gomes (PT), Ione Pinheiro (União Brasil), Alencar da Silveira Júnior (PDT), Arnaldo Silva (União Brasil), Thiago Cota (PDT) e Gustavo Valadares (PMN).

Histórico

Mauri Torres é natural da cidade de Guararema, no interior de São Paulo, mas passou a infância em Nova Era e em João Monlevade, onde iniciou a vida profissional como contínuo na Prefeitura. Pouco tempo depois, Torres se tornou chefe do setor de contabilidade e se manteve no cargo até a década de 1980.

Em 1990, foi eleito, pela primeira vez, deputado estadual, cargo que ocupou por 20 anos, sendo eleito seis vezes seguidas. Em 2003, Mauri foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em 20024, assumiu interinamente o governo de Minas. No ano seguinte, foi reeleito para o biênio 2005/2006 e tornou-se o primeiro presidente da Casa a cumprir dois mandatos seguidos.

Em 2011, foi indicado como Conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) e chegou à presidência do órgão nos biênios de 2019/2020 e 2021/2022.