A Polícia Militar prendeu um homem de 24 anos por falsa comunicação de crime na noite dessa segunda-feira (10) no bairro Ernestina Graciana, em João Monlevade. Por volta das 22h35, a corporação recebeu um chamado para a rua São Bernardino, pois um cidadão se queixava de haver sido roubado. Segundo seu relato, ele foi surpreendido por dois bandidos armados, que teriam roubado seu dinheiro e seu cartão de crédito. Os marginais, dizia, fugiram em uma motocicleta XRE preta e sem placa.

Os militares iniciaram a coleta de informações para prender os ladrões, mas notaram que a pretensa vítima caiu em contradição sobre a dinâmica do roubo. Por várias vezes, o homem forneceu afirmações incongruentes sobre os fatos, e a análise das filmagens das câmeras de segurança demonstrou definitivamente como mentiroso o relato sobre o assalto.

Por fim, o homem confessou haver inventado a história sobre o roubo para justificar a sua família a perda de dinheiro num jogo de apostas popularmente conhecida como “jogo do Tigrinho”. Com a confissão, ele foi preso por falsa comunicação de crime, delito previsto nos termos do artigo 340 do Código Penal brasileiro. Se condenado, ele pode receber pena de um a seis meses de detenção, ou pagamento de multa.

O que é “Tigrinho”.

O “Fortune Tiger”, popularmente conhecido como “jogo do Tigrinho”, é um cassino virtual que se converteu numa praga moderna nos últimos dois anos. Pelo Brasil afora, milhares de pessoas, crentes numa possibilidade de obterem polpudos ganhos financeiros, sofrem prejuízos vultosos, muitos perdendo todo o seu patrimônio. Esse tipo de casa de apostas é conhecido pelo seu alto poder de adicção, gerando milhares de viciados. O “Tigrinho” não é regulamentado por nenhuma lei brasileira, seus donos são incógnitos, e as autoridades policiais brasileiras já realizaram várias operações contra “influenciadores digitais” que divulgaram o jogo, não raro usando contas fraudulentas.