A Polícia Civil executou na manhã desta quarta-feira (30) em Belo Horizonte dois mandados de prisão contra um casal acusado de estupro de vulnerável e tortura contra os filhos em Dionísio. A investigação foi realizada pela Delegacia de Polícia Civil de São Domingos do Prata, liderada pelo delegado Raphael Dias do Carmo Machado, e o cumprimento das ordens judiciais contou com o apoio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), da capital mineira.
Uma das vítimas, de 23 anos, filha da mulher presa, sofre de esquizofrenia, e vinha sendo abusada pelo padrasto, de 39 anos, chegando a engravidar de uma criança hoje com cinco meses. A mãe, de 41 anos, omitiu-se. O Conselho Tutelar já vinha recebendo denúncias anônimas, e a própria vítima procurou o órgão.
Isso deu ensejo às investigações, que descobriram que o homem agredia os filhos junto com a esposa. Uma das crianças, um menino de 9 anos, procurou espontaneamente a delegacia na semana passada, contando que era agredido e privado de alimentação, estando há dois dias sem comer. O garoto, filho apenas do homem, foi acolhido na delegacia com apoio do Conselho Tutelar, sendo alimentado e encaminhado a um abrigo.
A Polícia Civil ofereceu uma representação contra o casal junto à vara da comarca de São Domingos do Prata, que expediu a ordem de prisão preventiva. Os policiais descobriram que os dois procurados foram para Belo Horizonte, onde possuem um endereço no bairro Inconfidência, e pediram auxílio à Depca. No local, os policiais encontraram o casal, descobrindo que a vítima também estava lá, o que violava uma medida protetiva obtida por ela. Isso ensejou, além do cumprimento dos mandados, na prisão em flagrante do homem procurado.
Após a concessão da medida protetiva, ela foi levada à capital para morar com a avó, enquanto a família permaneceu em Dionísio. Com a denúncia feita pelo menino, toda a família deslocou-se para Belo Horizonte. As autoridades já desconfiavam de que as vítimas sofressem maus-tratos, em virtude das denúncias anônimas, mas as verificações demonstraram que a violência era muito mais grave que o imaginado, constituindo tortura.
A mulher presa tem apenas a jovem de 23 anos, vítima dos abusos do padrasto, como filha. Já o homem possui quatro filhos, sendo um de 3, o menino de 9 e outro filho de 16 anos, além de um quarto de idade não especificada. Ele também é o genitor do bebê fruto da violência contra a enteada. A criança não foi registrada com o nome do pai, e vinha sendo criada pela avó. A polícia investiga se os outros filhos sofreram algum abuso.