O comando da 17ª Companhia de Polícia Militar Independente, responsável por João Monlevade e mais nove municípios, concedeu na manhã da última quarta-feira (29), no quartel do bairro Belmonte, uma entrevista coletiva sobre o trabalho da unidade. Estiveram presentes o comandante, major Rodrigo Ferreira de Oliveira, e o subcomandante, capitão Marlon Guimarães, que chegou à unidade no início de janeiro e teve o seu primeiro contato com a imprensa da cidade, além do tenente José Wilson, do setor de comunicação.
Queda nos homicídios
O comandante falou sobre a redução na quantidade de homicídios na área da 17ª Companhia Independente, que caíram de 30 em 2015 para nove em 2024, uma contração de 70% em nove anos. Esse é o índice de assassinatos mais baixo na região nos últimos 15 anos, desde o início do uso do atual banco de dados. Todos os homicídios ocorridos no ano passado tiveram, ao menos, um autor preso. Para o futuro, fica “o desafio de manter ou reduzir esses números”.
Segundo o major, não há uma motivação predominante para as execuções. Elas ocorreram por motivos variados, como o tráfico de drogas, desavenças anteriores, brigas após consumo de álcool ou drogas, entre outras razões. A Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), relata o comandante, tem conseguido diminuir a quantidade de ocorrências de agressões no ambiente familiar.
Estratégias
O major Rodrigo Ferreira de Oliveira reitera o acompanhamento constante da situação criminal e a atualização diuturna das táticas de segurança para melhorar os índices: “Percebemos que essa diminuição vem desde 2016, 2017. A Polícia Militar adotou essa nova sistemática na gestão de desempenho operacional. A gente faz a avaliação dos anos anteriores e estabelece estratégias e metas, de acordo com a criminalidade que está mais incomodando. Todo ano, essas estratégias e metas são renovadas”.
Uma das estratégias usadas pela 17ª Companhia Independente desde o ano passado é a de buscar sufocar o crime antes que ele ocorra, através do monitoramento preventivo. Isso demanda estatística e inteligência, que busca mapear a ação dos bandidos para impedir que o delito seja cometido. A PM também trabalha para reforçar a presença nos bairros, redobrando a segurança aos cidadãos.
O capitão Marlon enfatiza a importância do projeto de Vigilância Colaborativa para o fortalecimento da proteção social. Através dele, a corporação tem acesso a câmeras de monitoramento próprias, de residências e de empresas participantes, aumentando a área vigiada. Essas câmeras são permanentemente acompanhadas pelos policiais, o que facilita a localização dos criminosos e a repressão efetiva dos ilícitos. Algumas delas possuem até leitores de placas, que identificam automóveis furtados ou usados em crimes. O monitoramento estende-se das regiões centrais até os bairros mais afastados e às entradas e saídas da cidade.
Combate ao crime
A Polícia Militar, afirma o comandante, também manterá em locais estratégicos as ações de repressão à desordem no trânsito, como os “rolezinhos” de motocicleta, muitas das quais irregulares. O esforço para coibir as infrações será contínuo: “Esse trabalho precisa ser sistemático. Precisa ser diário, todos os dias”. A corporação intensificará o uso do bafômetro para identificar condutores embriagados e reprimir distúrbios.
O capitão Marlon e o major Rodrigo também relembraram que o saque e o comércio de produtos de caminhões acidentados são crimes passíveis de prisão. Eles orientaram o cidadão a não comprar mercadorias de procedência duvidosa, pois elas podem ter origem de crime e trazer risco à vida e à saúde de quem as consome.
Denúncias
O major Rodrigo Ferreira de Oliveira reiterou o apelo para que a comunidade denuncie crimes através do Disque-Denúncia Unificado (DDU) 181, que garante o anonimato do denunciante. Através das informações repassadas pela comunidade, a polícia pode evitar os delitos e prender os infratores com mais facilidade. As emergências policiais devem ser reportadas através do tradicional telefone 190.
Integração de forças
O comandante ressaltou a união com as demais forças de ordem para a melhoria da segurança pública, e enalteceu o trabalho desempenhado pela Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público e Poder Judiciário na região. O comandante Rodrigo Ferreira de Oliveira afirmou que a região não sofre com problemas de disputas entre facções criminosas, mas lembrou que é preciso vigilância constante para evitar que esses bandidos se instalem aqui.
Os comandantes e a unidade
O major assumiu o comando da 17ª Companhia de Polícia Militar Independente em junho de 2024. Natural de Manhuaçu, ele serviu ao Exército por sete anos antes de ingressar na Polícia Militar mineira, sendo comandante de companhia e de pelotão, chefe de seção e subcomandante de unidade, em cidades do sul mineiro, como Varginha e Campos Gerais.
Já o capitão Marlon é natural de Alvarenga, e ingressou na Polícia Militar em 2006. Oito anos depois, tornou-se oficial, e em sua carreira, passou por vários setores da 12ª Região de Polícia Militar, sediada em Ipatinga e responsável por 97 municípios, entre eles todos os do Médio Piracicaba. Ele chegou a João Monlevade em janeiro, já como subcomandante.
A 17ª Companhia de Polícia Militar Independente é responsável pelo policiamento em João Monlevade, Bela Vista de Minas, Rio Piracicaba, Nova Era, Alvinópolis, São Domingos do Prata, São José do Goiabal, Dionísio, Dom Silvério e Sem-Peixe.