Nos últimos cinco anos, os casos de violência doméstica em João Monlevade tiveram um aumento significativo: se em 2020 foram 165 notificações de agressões a mulheres, crianças e idosos, em 2024, foram 455 registros, um aumento de 275%. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde, apresentados durante reunião da Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica, no início desta semana.

A apresentação dos dados ficou a cargo da enfermeira responsável técnica da Vigilância Epidemiológica, Mara Geralda Gomes Souza, na sede do Centro de Referência de Assistência Social (Creas). Conforme Mara, um pico alarmante dos casos contra mulheres, crianças e idosos aconteceu em 2023, quando 508 ocorrências foram notificadas pela Secretaria.

Os registros de violência doméstica ao longo dos últimos anos mostram um crescimento preocupante na cidade. Em 2020, foram 134 registros de violência contra a mulher; 18 contra idosos e 13 contra crianças. Já em 2023, foram 412 notificações de agressões às mulheres; 38 contra idosos e 58 contra crianças. Veja quadro no final da matéria.

Perfil das vítimas

Segundo a Secretaria de Saúde, a maior parte das mulheres que sofrem violência doméstica tem um perfil de dependência econômica do agressor, o que dificulta a busca por saídas da situação abusiva.
No caso dos idosos, a principal forma de abuso identificada é a violência financeira: familiares ou cuidadores se apropriam dos benefícios monetários dessas pessoas, deixando-os em condições precárias de vida.
Já entre as crianças, a violência doméstica também tem crescido, destacando a importância de políticas de proteção infantil e mecanismos de segurança nas escolas e serviços de saúde.

Medidas

No encontro desta semana, o grupo discutiu os dados apresentados na última reunião e deliberou pela capacitação de profissionais para identificar e notificar casos, garantindo o encaminhamento adequado das vítimas; pelo fortalecimento da rede, ampliando canais de atendimento e suporte, além de campanhas de conscientização.
Reforço

A Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher é composta por representantes do Cras, Creas, Codemm, AMA, Polícia Civil, Polícia Militar, Secretaria de Saúde, Consep, Hospital Margarida, Vigilância em Saúde e Programa IST/AIDS. O objetivo é discutir ações de enfrentamento e prevenção da violência contra a mulher em João Monlevade. O grupo foi criado em março do ano passado e desde então vem se reunindo uma vez por mês para discutir ações e alguns casos de mulheres que foram vítimas de violência.