Uma professora de Bela Vista de Minas encontrou nos esportes a força para superar as dificuldades e abrir novos horizontes. A paratleta Patrícia Mara Santos, de 40 anos, ultrapassou os limites da deficiência física, e agora colhe os frutos de sua dedicação e persistência no atletismo. Ela tem inúmeras vitórias e centenas de medalhas.
Formada em Filosofia e professora, ela estava em sala de aula num dia 2009, quando sofreu um aneurisma hemorrágico que a fez perder todos os movimentos do lado esquerdo de seu corpo. A doença exigiu que Patrícia se submetesse a três cirurgias na região da cabeça, e a passar três meses sobre uma cadeira de rodas. Após todo o processo de reabilitação, ela começou a se exercitar, inicialmente passando por sessões de fisioterapia e pilates, e frequentando a academia de ginástica.

Redescoberta
Patrícia conta que começou a usar uma bengala para facilitar em sua locomoção, e em 2017, inscreveu-se para o Treino Premiado de Fabiano Lacerda, uma prova com percurso de sete quilômetros: “Eu concluí o percurso completo com a minha órtese e bengala e ganhei o meu primeiro troféu na categoria PCD [Pessoa com Deficiência]!”.
Desde então, a vida de Patrícia tem sido de vitórias nos esportes. Em oito anos, a professora conquistou 88 troféus e mais de 200 medalhas. A rotina de treinos é intensa: “De segunda a sexta-feira, frequento academia, treino membros superiores e membros inferiores. E o sábado é o meu treino de percurso longo. Vou correndo de Bela Vista até João Monlevade, até concluir 21 quilômetros”, conta.
Recentemente, ela venceu a categoria PCD Feminino na corrida Volta Histórica, em João Monlevade, e o terceiro lugar na Piramon, percurso de 15km entre Monlevade e Rio Piracicaba.
Segundo a professora, é justamente o fato de muitas pessoas se inspirarem nela que a motiva a continuar a competir. Ela revela que admira as figuras do triatleta Fábio Rigueira, que também é uma pessoa com deficiência, e do tricampeão mundial de Fórmula 1 Ayrton Senna da Silva.
Conforme Patrícia, o grande desafio é justamente o preconceito, pois muitas pessoas duvidam da capacidade de alguém que possua uma deficiência. Patrícia deixa uma mensagem, principalmente àqueles que se sentem perdidos ou desmotivados: “A limitação está na mente, acredite em si mesmo e siga em frente!”.