O Atlético-MG anunciou nesta terça-feira a contratação do atacante Dudu. O jogador de 33 anos chega à equipe alvinegra após passagem curta, de apenas quatro meses, pelo arquirrival Cruzeiro, que comunicou a rescisão de contrato em comum acordo com o atleta na sexta-feira passada.
Dudu assinou contrato até dezembro de 2027 e se tornou o 11º reforço do Atlético para a temporada. Antes, o clube já havia contratado Gabriel Menino, Patrick, Natanael, Júnior Santos, Tomás Cuello, Rony, Caio, Ivan Román, João Marcelo e Vitor Hugo
Nas redes sociais, o Atlético aproveitou para provocar o rival. Minutos antes do anúncio, a conta oficial do clube publicou uma imagem em preto e branco com a sigla “VSF”, traduzida coloquialmente como um xingamento. Ao anunciar Dudu, a postagem indicou que a sigla significava “vem ser feliz”.
A brincadeira com a sigla é uma referência a um trecho do processo movido por Leila Pereira contra Dudu. Ao deixar o Palmeiras, o atacante não poupou críticas à presidente alviverde e, em postagem nas redes, escreveu “vtnc”, entendimento na internet como uma ofensa. A defesa do atleta, porém, afirmou que as letras poderiam significar “vim trabalhar no Cruzeiro”.
Ao anunciar o reforço, o Atlético divulgou uma ação para mobilizar a torcida nas próximas semanas. Uma enquete no aplicativo do clube será aberta para que os torcedores decidam qual número Dudu usará em sua nova camisa alvinegra.
O fim do vínculo de Dudu com o Cruzeiro se deu após o jogador dar uma entrevista em tom de desabafo reclamando por ser colocado na reserva, o que provocou seu afastamento do elenco principal pelo técnico Leonardo Jardim. Dudu chegou a voltar aos treinos nos últimos dias, mas a decisão já estava tomada nos bastidores. O episódio desgastou a relação com comando técnico e evidenciou um rompimento irreversível.
INFLUÊNCIA DE CUCA
Poucas hora antes do anúncio, a rádio Itatiaia divulgou entrevista na qual Dudu afirmava que o técnico Cuca seria decisivo para sua transferência. “Todo mundo sabe que tenho um carinho especial pelo treinador do Atlético, tem vários ex-companheiros meus lá”, afirmou. “Vamos ver nos próximos dias. Se essas conversas evoluírem, podem saber que tem a influência dele (treinador).”No mesmo papo, divulgado antes do acerto, Dudu negou que tenha pedido a demissão de Leonardo Jardim no Cruzeiro. “É uma grande mentira (sobre ter pedido a saída do português). Tenho grandes relações com grandes treinadores que fui treinado. Depois que surgiu essas mentiras, treinadores que me treinaram me ligaram dando apoio. O próprio (Fernando) Diniz, que virou um amigo meu. Eles sabem que não sou esse tipo de jogador. Desde ano passado para cá, estão falando coisas de mim que não são verdade”, declarou.
O atacante, porém, admitiu que escolheu o momento inadequado para reclamar do banco de reservas. “Posso ter errado no timing, no momento, ter falado após uma derrota”, afirmou o jogador. “Reconheci isso para o (Alexandre) Mattos, para o Pedrinho, para o treinador. Tanto que fui reintegrado ao grupo. Mas não me senti à vontade de permanecer em um lugar que o ambiente não era o mesmo que minha chegada. Vi que o melhor caminho era a rescisão de contrato, que seria boa para mim e para o Cruzeiro. E poderia estar lá treinando e recebendo meu salário se eu fosse mercenário”, disse, em referência a Mattos, CEO do futebol cruzeirense, e Pedro Lourenço, dono da SAF do time mineiro.