Desde 1984
Geral
30 de Junho de 2022
Revetrie diz que vai ao Ministério Público se CPI do Margarida não for realizada
Arquivo JAN

Vereador, que é presidente da Comissão de Saúde, afirma ter 1200 páginas com possíveis irregularidades. Hospital diz que está à disposição para esclarecer

O vereador Revetrie Teixeira (MDB) tornou pública na reunião desta quarta-feira (29) sua intenção de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais irregularidades na gestão do Hospital Margarida. Ao A Notícia, ele afirmou que se os colegas vereadores não assinarem o pedido, ele vai entregar os documentos sobre a Casa de Saúde para o Ministério Público. “Vou aguardar uma semana para colher a assinatura dos amigos, se não assinarem vou levar ao Ministério Público”, afirmou. O parlamentar diz possuir uma documentação de cerca de 1,2 mil páginas a serem analisadas, que dariam ensejo às suas desconfianças. 

Durante a reunião da Câmara nesta semana, Revetrie questionou o atendimento do Margarida, dizendo que, durante o fim de semana, um plantão das 19h às 7h ficou sem pediatra, e os pacientes que chegavam eram avisados de que não haveria o profissional para atendê-los: “Chegou um geriatra, às 23h, para realizar os atendimentos. Ele consultou duas crianças e terminou o plantão. Pagamos o plantão para ele fazer apenas duas consultas, é um absurdo. E a culpa não é dele, mas da péssima administração do hospital” 

Revetrie Teixeira também apontou para períodos de espera por atendimento médico que podem chegar a oito horas “Mas a gente continua pagando um plantonista de R$13,5 mil que nunca pôs os pés no hospital”, referindo-se a um médico da capital que estaria prestando plantões em regime de tele consultas, o que seria impossível: “Meu tio teve uma consulta com um urologista por telefone. Que mundo é esse?”. Um neurologista de Belo Horizonte, relata, estaria contratado para trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana. “Como é possível?”. Também há suspeitas sob convênios que pagariam valores diferentes sobre procedimentos idênticos. 

Ao A Notícia, o parlamentar disse ter documentos com informação de que pagamentos da Prefeitura de João Monlevade para manter o Pronto-Atendimento (PA) estariam sendo usados para pagar outros profissionais e para outros fins no Hospital. Também, segundo o vereador, há a suspeita de que médicos estariam trabalhando sem contratos. Outro questionamento do parlamentar é que, na prática, o PA funcionaria como um pronto-socorro, conforme uma declaração da diretora da casa de saúde à Comissão de Saúde do Legislativo.  

Hospital afirma que “não há nenhum motivo para tal atitude”

Após questionamentos, o Hospital Margarida enviou nota ao Jornal A Notícia, nesta quinta-feira (30), sobre o assunto. A Casa de Saúde diz que acompanha as declarações com tranquilidade e que no seu entendimento, não vê motivos para a abertura de CPI na Câmara. O provedor do Hospital Margarida, José Alberto Grijó, também afirmou que foi realizada auditoria e que não há irregularidades, informação também já passada ao vereador.

Confira a nota na íntegra do íntegra:

O Hospital Margarida acompanha as declarações com muita tranquilidade e respeito! No entendimento do Hospital Margarida não há nenhum motivo para tal atitude, a instituição está sempre aberta para fiscalizações e esclarecimentos. Em todas as suas prestações de contas de Recursos Públicos não há, até o momento, questionamentos quanto a sua adequada utilização.

A administração do nosocômio presa pelo respeito aos órgãos públicos competentes, onde sempre foi mantido um ótimo relacionamento. Entendemos que os desafios de atendimento à comunidade na saúde pública são imensos. Em todo o país, atualmente, são atendidos aproximadamente 80% de pacientes SUS.

O Hospital Margarida, ao longo de sua história sempre foi fundamental para a saúde pública de toda a região. Todos os processos de gestão vêm sendo modernizados constantemente para permitir uma maior segurança aos nossos pacientes e a toda comunidade.

O Hospital possui novos desafios no aumento da sua complexidade, assim sendo, quando todos os novos projetos forem implantados, a instituição conseguirá atender demandas hoje não atendidas. Entendemos que as proposições e/ou questionamentos possam ser esclarecidos de forma profissional, técnica e ética.

O Hospital Margarida se coloca totalmente a disposição de todos para que possam ter suas dúvidas esclarecidas. Em relação aos recursos públicos, todo o questionamento que chegou até a administração da instituição foi devidamente respondido e esclarecido pois, não existe nenhuma contra-argumentarão oficial sob as respostas apresentadas. Reforçamos que a instituição se encontra totalmente aberta para os devidos esclarecimentos que se fizerem necessários.

JORNAL IMPRESSO