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Polícia
17 de Maio de 2022
Assembleia de Deus afasta pastor denunciado por importunação sexual em Monlevade
Arquivo JAN

Pastor Luiz Henrique da Silva presidia a Igreja e foi denunciado pela vítima à Polícia

Uma denúncia de importunação sexual virou caso de polícia, envolvendo uma liderança religiosa da cidade. A Igreja Assembleia de Deus – Templo Arca, de João Monlevade, afastou por prazo indeterminado, no dia 2 de maio, o pastor Luiz Henrique da Silva, de 63 anos, de suas funções eclesiásticas, ministeriais e administrativas. A decisão é da Diretoria Geral e da Comissão de Conselho e Doutrina da Igreja, que se reuniram após tomarem conhecimento da denúncia.

A Notícia apurou que a vítima, uma mulher de 40 anos, denunciou o pastor à Polícia Militar no dia 26 de abril, registrou ocorrência e procurou o Templo Arca pedindo providências. A Polícia Civil vai apurar o assunto, que corre em segredo. O advogado dela, Moisés Martins de Assis, se absteve de dar informações, considerando sigilo e alegando questões de Ética Profissional, dada a particularidade do caso.

O pastor Luiz Henrique, até o afastamento, era a maior liderança da Igreja na região, presidente do Ministério para o Campo Monlevade e Itabira, pertencente à Convenção dos Ministérios das Assembleias de Deus do Leste de Minas Gerais (Comadeleste). A entidade é composta por 250 igrejas, em 30 campos regionais e ligada à Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).  Ele foi eleito para o mais alto cargo da instituição na região em janeiro de 2021. Bastante conhecido, pastor Luiz Henrique foi eleito para substituir o presidente e fundador da Comandaleste, pastor Sérgio Eleotério Coelho, falecido em novembro de 2020.

Procurado, o pastor Carlos Roberto Lopes, o pastor Carlinhos, 1º vice-presidente da Igreja, confirmou que a Assembleia de Deus recebeu a denúncia de importunação sexual contra o pastor Luiz Henrique e que a mulher apresentou, além do boletim de ocorrências, uma ata notarial, documento de fé pública, que atesta a veracidade dos fatos declarados.

Providências

Pastor Carlinhos informou que convocou a reunião entre a Diretoria Geral e a Comissão de Conselho e Doutrina da Igreja tão logo soube do ocorrido. Após a reunião no começo do mês, ficou definida a instauração de Procedimento Disciplinar Administrativo. “Ficou resolvido que, para não prejudicar o processo e diante das gravidades das acusações, respeitando o direito à defesa e ao contraditório, a Diretoria Geral e a Comissão resolveram afastar o pastor Luiz Henrique de suas funções”, disse. Com a medida, pastor Carlinhos assumiu interinamente a presidência do Ministério.

Segundo ele, o pastor Luiz Henrique também não pode mais frequentar as Igrejas pertencentes à Comandaleste, até o trânsito em Julgado no Processo Administrativo Disciplinar e nas Ações Judiciais que possa vir a enfrentar em virtude do ocorrido. A informação foi repassada para todas as igrejas e instituições parceiras.

Silêncio

A Notícia enviou questionamentos ao pastor Luiz Henrique da Silva através de dois números de celulares, fornecidos pela Igreja, mas ele não respondeu às mensagens. A reportagem ainda ligou várias vezes para os telefones dele, mas os aparelhos estavam desligados.

Ainda segundo pastor Carlinhos, o pastor Luiz Henrique negou-se a receber as notificações da Igreja informando sobre seu afastamento e as proibições de seu acesso aos 250 templos de abrangência da Comadaleste. Apesar de ter endereço em Monlevade, não se sabe se ele está na cidade. O jornal segue à disposição para ouvir e publicar a sua versão dos fatos.

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