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21 de Setembro de 2021
Vereadores conhecem precárias condições da matriz São José Operário

A crítica situação estrutural da matriz São José Operário, em João Monlevade, foi mostrada nesta segunda-feira (20) a alguns vereadores do município. A convite do administrador paroquial, padre Jefferson Cruz Veronês, os parlamentares Belmar Diniz (PT), Gustavo Maciel (Podemos), Gustavo Prandini (PTB), Leles Pontes (Republicanos), Percival Machado (PDT) e Thiago Titó (PDT) estiveram no templo e viram de perto os problemas, já evidentes pelo menos desde o ano passado. 

Conforme apresentado, o encharcamento do barranco localizado atrás da igreja faz com que a terra úmida se movimente e se deposite na parede dos fundos, provocando infiltrações nas paredes, principalmente no vértice ocidental, onde uma das pinturas foi seriamente danificada pela umidade e já se vêem faixas de mofo. 

O piso interno da parede próximo ao barranco também começou a ceder, formando um “degrau” suficiente para que uma pessoa tropece. A parte elétrica é muito antiga, com caixas em madeira, fusíveis e muitos fios emendados. No fim de dezembro do ano passado, houve um princípio de incêndio, que felizmente não se alastrou e não causou prejuízos: “Esta igreja somente não pegou fogo por misericórdia de Deus”. 

A porta de acesso ao salão paroquial já perdeu uma das placas. O telhado da Secretaria Paroquial sofreu fortes danos com as últimas tempestades, que inundaram a residência e avariaram vários móveis. 

Solução 

A solução seria remover uma considerável porção de terra dos fundos do edifício, justamente aquela que umedece as paredes. A intenção é substituir a terra por concreto armado. No entanto, o serviço exige máquinas pesadas, que obrigariam à remoção de parte da cozinha paroquial. Além disso, essa operação está fora das possibilidades financeiras da São José Operário. 

Durante a visita, os vereadores discutiram as possíveis fontes de recursos para os reparos na igreja, como os fundos de preservação do patrimônio histórico. 

Eles também debateram com o padre Jefferson as cautelas necessárias para que as intervenções não descaracterizem o projeto do arquiteto checoslovaco Yaro Burian. Os parlamentares comprometeram-se em intervir junto ao prefeito, Laércio Ribeiro (PT) e às autoridades do setor cultural para acelerar a liberação de recursos e de material adequado para as restaurações. 

O padre relata ter mantido reuniões com a antiga e a atual administrações municipais, com a Associação Comercial, Industrial e de Prestação de Serviços de João Monlevade (Acimon), com a Câmara de Dirigentes Lojistas de João Monlevade (CDL), mas sem sucesso em encontrar uma solução para os problemas. O A Notícia questionou a Prefeitura de João Monlevade sobre as medidas que podem ser apresentadas para resolver os problemas; as respostas serão publicadas assim que forem enviadas.  Uma equipe da Secretaria de Obras vistoriará a igreja para elaborar uma planilha qualitativa, num levantamento dos custos para a execução dos serviços. Somente depois será possível definir qual quantia do patrimônio público poderá ser empregado nas obras. 

Tombamento

A matriz é tombada pelo Patrimônio Público desde 2018. Segundo, no entanto, o padre, a aprovação foi feita sem o conhecimento da paróquia ou da Diocese de Itabira-Fabriciano. Na ocasião, segundo ele, o templo foi amplamente fotografado, mas nenhuma providência real foi tomada.

O tombamento protege o templo, com todo o mobiliário e objetos sacros antigos, a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, e a mata, mas não a sede da Secretaria Paroquial. 

A descoberta sobre a proteção legal veio quando começaram os serviços de remoção da terra dos fundos da igreja. 

A igreja São José Operário 

A matriz São José Operário é a mais antiga igreja de João Monlevade e o seu mais conhecido cartão-postal. Inaugurado em 1948, o templo é referido como o único em todo o mundo em forma de “V”, uma alusão a Jesus Cristo como “Vereda, Verdade e Vida” (Evangelho de São João 14,6) e à Vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. No entanto, a paróquia sofre com dificuldades financeiras e luta para manter-se, fazendo vendas de quitutes e organizando sorteios. Doações podem ser realizadas pela conta 40.015.946-5 da agência 4027-4 do banco Sicoob.

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