Para celebrar o Mês da Consciência Negra em João Monlevade, o “Novembro Negro”, diversas entidades realizam eventos variados. A programação se estende até o começo de dezembro.

Conforme anunciado, a data de 20 de novembro concentra a maior parte das atividades. Nesse Dia Nacional da Consciência Negra, que, pela primeira vez, é feriado municipal, acontece o Baobá Zumbi. Essa é uma realização da Fundação de Cultura em parceria com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), secretarias de Assistência Social e de Esportes, Associação Monlevadense de Afrodescendentes (Amad) e Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).

As atividades serão na sede da Fundação Casa de Cultura. Na abertura do evento, às 17h30, o historiador e pesquisador Douglas Aparecido  (Douguinissimo), fará uma palestra intitulada “O Samba, Ciência, Cultura Africana e o Encantamento do Mundo”. O especialista, reconhecido pelo seu trabalho na recuperação da memória histórica dos povos africanos em Minas Gerais, trará reflexões sobre a influência cultural e científica africana no Brasil, conectando elementos históricos e culturais para o público presente.

Em seguida, a programação inclui apresentações da Guarda de Congo de João Monlevade, roda de capoeira, xirê (manifestação de religiões de matriz africana) e uma roda de samba, a partir das 20h, com Dé Lucas Quinteto. Também haverá uma feijoada completa servida pela Amad e um espaço infantil chamado “Espaço Erê”, que trará brincadeiras tradicionais africanas para as crianças.

Ainda para essa data, está programado o lançamento de um projeto especial de resgate da memória de afrodescendentes que ajudaram a construir a cidade. A ideia dos realizadores é que, somente no dia, o público saiba do que se trata.

Intervenção cênica e mais ações

Dois dias antes do feriado, nesta segunda-feira (18), o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Novo Cruzeiro e o Compir promovem palestra no Centro Comunitário do Cruzeiro Celeste. A partir das 13h30, a pesquisadora, performer artística e “pretativista” Juliana Sankofa fala aos participantes.

Doutoranda em estudos literários pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e moradora do bairro periférico Promorar, a palestrante abordará o tema “Palavras como arma contra o racismo – escritoras negras”. O evento conta com apoio da Escola Estadual Manoel Loureiro.

Na terça-feira, 19, às 19 horas, Amad realiza no Centro Educacional a Intervenção Cênica “Falas Negras”, que integra o “Festival Transborda Inverno” promovido pela Ufop em João Monlevade, Ouro Preto e Mariana.

Já no dia 21, em uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e Igualdade Racial da OAB-João Monlevade, acontece a roda de conversa “Letramento, Educação Antirracista e Manifestações Culturais”. Os debatedores serão o presidente do Compir, Gláucio Santos; a diretora-presidente da Fundação Casa de Cultura, Nadja Lirio Furtado; e a presidente da Amad, Alexandra Mara Fernandes. O evento terá lugar no Espaço OAB, na rua do Andrade, 186, bairro José Elói, a partir das 18h30.

 

A programação se encerra no dia 3 de dezembro, quando haverá o lançamento do documentário “Me disseram que eu sou negra”, dirigido por Alexandra Mara Fernandes. O filme, que será exibido na Praça do Povo às 19h30, é uma das produções do projeto “Curta Vitória a Minas”, do Instituto Marlin Azul, patrocinado pela Vale. A presidente da Amad foi escolhida em edital junto a outros nove inscritos para dirigir uma obra cinematográfica baseada no próprio texto de cada um dos selecionados.