A mãe de um menino com hipersensibilidade sonora mobilizou as redes sociais nesta semana contra o uso de fogos de artifício em João Monlevade. Glenda Evangelista é mãe de Pedro, de 10 anos, que tem o diagnóstico. Na hipersensibilidade auditiva ocorre uma diminuição da tolerância a sons, que podem se tornar extremamente perturbadores.

Na terça-feira (4), Glenda divulgou um vídeo, reclamando da soltura dos foguetes na igreja Sagrado Coração de Jesus, no bairro JK, em virtude da festa dos padroeiros. Por conta do foguetório, relata, o menino entrou em pânico e ficou aterrorizado. No vídeo, mãe e  filho ainda fazem um apelo para que as pessoas tenham mais consciência e respeito a idosos, doentes e animais, além de crianças. O

Ela explicou que é católica, respeita as tradições, mas questiona a aplicabilidade da lei municipal 2.389/21, que proíbe o uso de artefatos que colocam em risco a saúde humana e dos animais, aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito Laércio Ribeiro (PT).

A proposta da lei é de autoria do vereador Belmar Diniz (PT) e “proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de artifícios com efeitos sonoros, assim como de qualquer outro artefato pirotécnico de efeito sonoro ruidoso em todo o território do município de João Monlevade”.

Sanções

Conforme a Lei, na primeira autuação, o infrator receberá advertência e intimação para cessar a soltura de fogos, além da apreensão do material. Na segunda autuação, é aplicada multa e apreensão do material irregular. Se flagrado pela terceira vez o cidadão, além das outras punições, ainda responderá a inquérito policial.

Repercussão

O vídeo gerou ampla repercussão, sendo visto por cerca de 23,5 mil pessoas em João Monlevade. O vereador Belmar Diniz comentou o assunto na tribuna na última reunião da Câmara. Ele disse que orientou a mãe da criança a protocolizar queixa formal na Secretaria de Meio Ambiente.

Nas redes sociais, o padre Márcio Rodrigo Mota, responsável pela paróquia Nossa Senhora da Conceição, respondeu a Glenda, pedindo desculpas pelo inconveniente. Ele afirmou que a festa comprara fogos identificados como sem ruído, permitidos pela legislação. O sacerdote também relatou haver recebido a notificação da Secretaria de Meio Ambiente, e comprometeu-se a fazer cumprir a lei em todas as igrejas da paróquia. Por fim, o padre Márcio colocou-se à disposição para receber Glenda e conversar sobre os fatos. Ela agradeceu à Secretaria de Meio Ambiente por acatar a denúncia e ao padre pelo retorno e escusas.