O atual prefeito de Dom Silvério, Zé Bráulio (União Brasil), conseguiu ser reeleito nas eleições deste domingo (6). Ele obteve 2.135 votos, que são 59,96% do total, e garantiu mais quatro anos à frente da Prefeitura saudense. Em segundo lugar, com 40,04% do eleitorado, ficou Gleison Coelho (PP), que obteve 1.426 votos. Ainda houve 52 votos em branco e 132 nulos.
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238 votosPL – 22111VAMPIRINHOEleito por QP
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226 votosMDB – 15111ASCENDINO PAIVAEleito por QP
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202 votosPSD – 55222WAGUINHO DA TELEMAREleito por QP
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186 votosPSD – 55000EDA LELESEleito por QP
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174 votosMDB – 15555ALEX COELHOEleito por média
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162 votosPP – 11111KAICÃO DA MASSAEleito por QP
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160 votosUNIÃO – 44444ANA ENFERMEIRAEleito por QP
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139 votosPP – 11123LADO DA BIQUINHAEleito por média
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128 votosPRD – 25111ZÉ CARLOS DE ZÉ RONCOIOEleito por média
A história da formação do município de Dom Silvério tem início quando Artur de Sá e Menezes, então governador da Província de Minas Gerais, conhece o sertanista – coronel de cavalaria e mestre de campo – Matias Barbosa da Silva, em 1680, enquanto este prestava serviços à Coroa Portuguesa, participando da luta entre lusitanos e espanhóis na colônia do Sacramento, no sul do país. Convidado a vir à província de Minas Gerais, em 1702, Matias Barbosa fora agraciado pelo governador com uma sesmaria de terras, na região do rio Paraibuna, abrangendo vastos territórios na região de Matas do Rio Doce. Sua obrigação era promover, cultivar as terras, demarcá-las e livrá-las dos índios botocudos e acaiabas (tupis) que infestavam a região, causando estragos e ocasionando a morte de muitos moradores e, finalmente, fundar um núcleo de povoação, o que resultou na fundação do povoado de Registro, próximo a Juiz de Fora. Registro, hoje denominado Matias Barbosa, era onde a Coroa Portuguesa cobrava impostos sobre o comércio de ouro e diamantes extraídos em Minas Gerais. Para lhe proporcionar condições de cumprir tão importante missão e a fim de promover o assentamento de imigrantes interessados em participar do desenvolvimento da região, o governador das Minas cedeu a Matias Barbosa, ainda, uma larga extensão de terras na zona do Carmo (banhada pelo Ribeirão do Carmo, começando pela Vila de N.Sra.do Carmo, antigo nome da cidade de Mariana, até encontrar o Rio Piranga em Pontal e com ele formar o Rio Doce) onde atualmente estão localizadas as cidades de Furquim, Barra Longa, Santana do Deserto e Dom Silvério.
Em 1740 Matias Barbosa ergueu uma capela que, embora não haja indícios do local exato de sua edificação, a tradição oral aponta sua localização em uma região no curso acima do Rio de Peixe, em terras férteis, clima ameno e muita água, que logo ficou conhecida como Circuito – em função da sua formação territorial se apresentar em forma de semi-círculos contornados pelas montanhas. Sendo assim, a construção da capela, como era de costume, oficializou o início do povoado e Circuito foi o primeiro nome dado à região onde atualmente se encontra a cidade de Dom Silvério.
Em 25 de julho de 1742 morre Matias Barbosa, deixando seu patrimônio para a sua esposa, D. Luiza de Souza Oliveira e sua única filha, Maria Barbosa da Silva. Elas logo se desfizeram dos bens herdados. Dona Luiza casou-se novamente com o advogado que cuidava da herança, Dr Manuel Ribeiro de Carvalho, que, com o falecimento da esposa, vendeu todo o patrimônio deixado por ela, sendo posteriormente promovido a Plesbiterato. Em 28 de dezembro de 1759 foi ordenado padre em Mariana, deixando a região e nunca mais retornando.
Em 1755, Padre Domingos de Araújo, procedente da freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Paulo Moreira (Alvinópolis) se transfere para o lugarejo de Circuito, juntamente com cerca de 400 escravos. A região passou então a se chamar Fazenda Circuito. No decorrer dos anos, por influência popular, a dominação da região foi se alterando, passando a se chamar Ciriquito, corruptela do nome Circuito.
Assegura a tradição oral ter existido naquela época (1755), na região, uma tribo de índios, contra os quais o padre Domingos de Araújo teria usado de força para submetê-los e escravizá-los, aumentando a mão-de-obra da região. Não há registro de qual tenha sido a tribo de índios a que o relato se refere.
Pouco tempo depois uma epidemia desconhecida assola a Fazenda Circuito, provocando a morte de muitos escravos e colonos. Padre Domingos faz então uma promessa a Nossa Senhora da Saúde, prometendo que, caso a epidemia fosse contida, ergueria uma capela em sua homenagem. Alcançada a graça ele vai ao Rio de Janeiro, trazendo através de seus escravos a imagem da Virgem Nossa Senhora da Saúde, que iria ser abrigada na capela.
A nova capela foi construída onde hoje encontra-se a Igreja Matriz de Dom Silvério e, em 16/10/1761, o padre José Ferreira de Souza, responsável pela mesma, informava em um breve comunicado ao Bispo de Mariana que esta passaria a se chamar Nossa Senhora da Saúde. Pelo alvará de 20 de dezembro de 1820, através do município de Mariana, o povoado foi consolidado, recebendo o nome de Nossa Senhora da Saúde. Vinte e um anos mais tarde, em 07 de agosto de 1841, a paróquia foi criada através da lei nº 211. Em 01 de dezembro de 1873, pela lei Provincial nº 2.341, o povoado foi elevado à categoria de Distrito com o nome de Saúde.
Em 20 de fevereiro de 1887 uma estação da estrada de ferro Leopoldina foi inaugurada, conectando o distrito de Saúde ao Rio de Janeiro, o que deu maior agilidade ao transporte de mercadorias. A estrada abrangia 599 quilômetros de distância entre as duas cidades, percorridos em 24 horas, o que resultou em um grande progresso comercial para a região, além do grande intercâmbio cultural com outras regiões. Anteriormente o transporte de mercadorias era realizado por meio de tropeiros em lombos de burros, que carregavam no máximo 60 quilos em um dia. Com a implantação da estrada de ferro, Saúde adquiriu enorme prestígio por estar situada ao final da linha, sendo responsável pelo carregamento e abastecimento de produtos para as localidades vizinhas.
Data, também, de 1887 a chegada do primeiro professor de ensino secundário do distrito de Saúde. Seu nome era Poncílio José da Natividade e era ele quem preparava os jovens para entrarem para o Colégio do Caraça, seminário de Mariana e escolas de medicina, direito, farmácia e engenharia. A primeira professora de ensino primário foi Tereza Gonçalves Carneiro, que chegou em Saúde em 1890.
A criação do distrito de Saúde foi confirmada pela Lei Estadual Nº 02 de 14 de setembro de 1891, (objeto de Lei Nº 2.941 de 01 de dezembro de 1873) e em 07 de setembro de 1927, pela Lei Nº 843, Saúde passa a estar sob a jurisdição de Alvinópolis.
O desenvolvimento econômico e social do distrito de Saúde ganhou forte impulso com a instalação, em 1925, da Companhia Força e Luz Saudense.
Construída na entrada da cidade à margem da cachoeira do Rio de Peixe, a usina hidrelétrica de pequeno porte passa, a partir de então, a fornecer luz e força à população de Saúde. A iluminação residencial, feita por lamparinas, lampiões de querosene e candeeiros, foi, aos poucos, sendo substituída pela luz elétrica. Conta a tradição oral local que, além de ter gerado empregos, a Usina servia como ponto de referência e encontro para a população, que gostava de passear pelo canal nos fins de semana.
Finalmente, em 17 de dezembro de 1938, através do Decreto Estadual nº 148, o Distrito foi desmembrado de Alvinópolis e elevado a município, sendo determinado que Saúde passaria a se chamar Dom Silvério, em homenagem ao membro da Academia Brasileira de Letras e primeiro Arcebispo de Mariana e do Brasil, Dom Silvério Gomes Pimenta. O primeiro prefeito foi Antônio Nunes Pinheiro, que administrou a cidade de 1939 a 1943.
O município ficou constituído primeiramente pelo distrito sede e o de Sem Peixe, além de vários povoados. Em dezembro de 1995 o distrito de Sem Peixe emancipou-se, transformando-se em município.
O distrito sede de Dom Silvério é dividido em 5 bairros: Santa Rita, São Geraldo, Centro, Pontilhão e Campestre. Possui dois povoados rurais, que são Melos e São Tomé (maiores). E várias comunidades rurais (menores): Biquinha, Olho D’água, Barcelos, Quilombo, Mingau, Quintão, Sesmaria, Bastos, Rio de Peixe, Funil, São Lourenço, Duarte, Vitorino, Campanha, Pereira e Matipó. Pela Lei Estadual 1039 de 12/12/1953, Dom Silvério passou à jurisdição da comarca de Alvinópolis, à qual pertence até hoje.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada de Dom Silvério, ano base 2010, é de 5.196 habitantes (2.493 Homens e 2.703 Mulheres); a área da unidade territorial é de 194,972 Km²; a densidade demográfica é de 26,65 (hab/km²). O código do Município é 312270. Gentílico: silveriense. Ainda segundo o CNEFE – Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos, Dom Silvério possui 1.862 endereços urbanos e 630 rurais. A População residente alfabetizada é de 4.458 pessoas; cor ou raça Branca 2.266 pessoas, Preta 687 pessoas e Parda 2.219 pessoas.
Bibliografia
A História de Dom Silvério por Aloysio Penna Martins
Arquivos da Prefeitura Municipal de Dom Silvério-Secretaria de Cultura e Turismo
História Real de Dom Silvério por José Cotta Morais