O antigo posto de vistorias veiculares de João Monlevade, no bairro José de Alencar, pode ser a solução para instalar o novo Instituto Médico Legal (IML) na cidade. O assunto esteve na pauta do Conselho Comunitário de Segurança Pública (Consep), na terça-feira (2). O delegado regional de Polícia Civil, Bernardo de Barros Machado, tratou o assunto no encontro na sede da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba (Amepi).
Ele relata que já conversou com o vice-prefeito, Fabrício Lopes (Avante), sobre a cessão do prédio municipal, na esquina da rua Joaquim Drumond com avenida Cândido Dias. O delegado cita vantagens de usar o antigo posto de vistoria veicular. Entre essas, a acessibilidade, a proximidade com o Velório Municipal e a boa divisão interna do imóvel. Bernado afirmou que deve encaminhar, em breve, um ofício para avançar com as tratativas.
“Condições horríveis”
O necrotério de João Monlevade funciona atualmente no cemitério do Baú em condições que o prefeito de João Monlevade, Laércio Ribeiro (PT), classifica como “piores que precárias: horríveis”. A secretária executiva da Amepi, Christiane Linhares Vale, lembrou a ocasião em que precisou acompanhar uma pessoa que perdera o pai: “É ruim para nós vermos uma pessoa naquela situação, imagine para quem perdeu um ente querido”.
O IML é responsável por periciar corpos em casos de mortes violentas: acidentes, homicídios e mortes suspeitas. Também, serve para perícias e exames em pessoas vivas. Essas, são feitas na Policlínica Central. O atual posto, no Baú, atende a João Monlevade, Bela Vista de Minas, Rio Piracicaba, Nova Era, Alvinópolis, São Domingos do Prata, São José do Goiabal, Dionísio, Dom Silvério e Sem-Peixe. Christiane Linhares lembrou que a melhoria do IML é uma preocupação de todos os prefeitos das cidades que usam o serviço.
O presidente do Consep, Saulo Amaral, apontou que, se o necrotério de Monlevade parasse de funcionar, os procedimentos teriam de ser realizados em Itabira, Ipatinga ou Belo Horizonte. Ele ainda relatou que o Ministério Público pede ao Consep relatórios trimestrais sobre o andamento do processo, e que a promotoria quer ajudar a resolver o problema.
Problema antigo
Em 2019, a Câmara Municipal aprovou a cessão do anexo do prédio da Secretaria de Saúde, no bairro Belmonte, para acolher o IML. No entanto, em setembro de 2023, a Vigilância em Estrutura Física da Secretaria de Estado da Saúde vetou a implantação do serviço no prédio. À época, conforme informado pelo presidente da Câmara Municipal, Fernando Linhares, o órgão apresentou 18 impedimentos.
O prefeito Laércio Ribeiro lembrou que a discussão por uma nova sede para o Instituto Médico Legal na cidade remonta ao seu primeiro governo, entre 1997 e 2000: “Pensaram em fazer ali próximo ao Sésamo, no bairro Baú. Depois, o deputado Mauro Lopes, que era secretário de Segurança, julgou melhor que ele fosse dentro da Polícia Civil, que funcionava onde hoje fica o presídio”.
Presenças
A reunião também teve a presença do diretor do presídio de João Monlevade, Melquíades Moreira; do capitão Elias, da 17ª Companhia de Polícia Militar Independente, e de policiais da divisão; do delegado Raphael Machado; e de representantes do setor de perícias, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Consep e do Lions Club.