A Associação Comercial e Industrial de João Monlevade está comemorando 60 anos de sua fundação, mesma idade do município. É uma história de voluntarismo e solidariedade escrita por dezenas ou centenas de homens e mulheres, que se dedicaram e marcaram com grande contribuição a evolução do empreendedorismo em João Monlevade e região.
Pela presidência passaram nomes expressivos que marcaram época e orgulharam com boa representação os associados. Uns mais outros menos, todos ajudaram a escrever esta história. Durante uma década tive a oportunidade de integrar sua diretoria e me orgulho muito de ver lá hoje minha filha Maria Cecília Passos, diretora do jornal A Notícia.
Minha passagem por aqui hoje tem como objetivo principal lembrar e destacar o excelente trabalho realizado por ele, meu saudoso amigo José Ricardo de Brito. Nordestino a caminho de São Paulo na juventude, Zé de Brito parou em Monlevade e nunca mais foi embora.
Começou a trabalhar com caminhão até chegar na Pedreira Zé de Brito e outros empreendimentos, além de expressiva participação na sociedade através de entidades e associações, colaborando sempre com famílias mais necessitadas.
Convidado para disputar a presidência da ACIMON sucedendo Wilson Sales de Brito, o Cica, que começou o processo de reestruturação da associação após período complicado quando até comerciário a comandara, Zé de Brito aceitou, foi eleito e conseguiu atrair a participação de excelentes empresários da época.
Estimulando a união e participação de todos, escreveu um novo capítulo na história, liderando um dos melhores períodos da associação. Foi reeleito várias vezes, promoveu ampla reforma física e de gestão, abriu as portas para outros segmentos da economia e alinhou as ações com a Federaminas/Fiemg.
Mais ainda, aproximou o comando da antiga Belgo-Mineira como associada e tornou a ACIMON sempre presente em todas as discussões e propostas para o presente e futuro de João Monlevade em todas as áreas. Comprou brigas na defesa do coletivo, mas nunca saiu em defesa de interesses pessoais ou vantagens.
Foi com Brito na presidência que a ACIMON passou a ser parceira de shows e eventos realizados na cidade, inclusive a Expomon, organizada pelo também saudoso João Bosco Pascoal, empresário que trouxe Roberto Carlos no décimo aniversário da cidade, e também nunca mais foi embora até sua morte.
José de Brito, mesmo sem formação acadêmica, foi um homem sempre à frente do seu tempo. Vibrava com os avanços tecnológicos, viajava muito para acompanhar feiras e exposições, sempre atento às novidades e com um gosto especial pelo desafio e pela aventura.
Quando surgiram os primeiros aparelhos ultraleve ele se apaixonou com a possibilidade de voar. Deu um curto prazo de tempo e tão logo ficou sabendo que fiz um voo experimental em Guarapari, avisou que ia aprender a pilotar e comprar um.
Inverteu o plano. Comprou primeiro o ultraleve e, em seguida, foi aprender a pilotar devidamente acompanhado por um instrutor. Meses depois sobrevoava a região do bairro Cruzeiro Celeste, onde morava, acompanhado da filha Sueli. O aparelho caiu e matou os dois.