João Monlevade e toda a região do Médio Piracicaba se despedem de um dos maiores nomes da política local nas últimas décadas: Mauri Torres. Com sua aposentadoria compulsória como Conselheiro do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG), encerra-se uma vida pública de 35 anos. Por sua trajetória, Mauri foi uma referência, um articulador e uma liderança respeitada por aliados e até por adversários.
Como deputado, desde 1990, o Médio Piracicaba contava com sua atuação, seja no plenário da Assembleia de Minas, seja nos gabinetes regionais. Ao longo de sua trajetória, Mauri Torres construiu pontes importantes. Por exemplo, ele foi figura central para a vinda da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) para Monlevade, frutos de seus contatos e articulações.
Sua atuação política está presente em escolas, hospitais, entre esses, o CTI do Hospital Margarida, nas estradas, como a ligação entre Monlevade e Itabira, além de instituições, fundações e entidades que ajudou a consolidar. Isso, sem contar nos resultados de orientações que deu a prefeitos, vereadores, outros deputados e lideranças que, ainda hoje, o têm como referência.
Com visão e diálogo, as suas principais características, são a simplicidade, a discrição e a articulação de bastidores. Por isso, quase sempre, manteve-se minimamente nos holofotes, até para receber homenagens.
Mas por seu trabalho e atuação, Mauri sempre foi consultado para a tomada de decisões políticas. Agora, ele diz que está fora da política e que ela é assunto para o filho, o deputado Tito Torres (PSD). Será?
A aposentadoria compulsória o afasta do cargo de conselheiro do TCE, mas dificilmente, apagará a sua presença na cena política. Seu legado, sem dúvidas, é duradouro. Gostem ou não dele. Fato é que poucos nomes conseguiram unir, ao longo do tempo, prestígio político, respeito institucional e poder de liderança como ele.