A decisão da ArcelorMittal de cancelar o projeto de ampliação da Unidade João Monlevade é uma péssima notícia para a cidade, região, Minas e o Brasil. É mais uma frustração e um banho de água fria nas expectativas dessa obra fundamental, esperada há décadas.
O sinal amarelo acendeu em setembro de 2024, quando a siderúrgica anunciou a suspensão das obras. Daí em diante, a indefinição sobre os rumos do projeto causou apreensão, mesmo nos mais otimistas. Agora, com a confirmação do cancelamento, João Monlevade vê escapar uma oportunidade de crescimento com empregos, renda e novas perspectivas para o município. O fim do sonho da expansão é também o fim de um vetor de desenvolvimento econômico e social.

Por outro lado, a empresa reafirma seu compromisso com a modernização e a competitividade da unidade local, uma das mais importantes do grupo, devido à qualidade do fio máquina aqui produzidos. É também preciso reconhecer que a decisão da empresa se baseia em análises estratégicas e na conjuntura do mercado global do aço. Não é uma decisão monocrática.

No entanto, o cancelamento do projeto de expansão reforça a necessidade de pensar na diversificação econômica na cidade. A dependência histórica do setor siderúrgico pode e precisa ser repensada. O que fazer para incentivar novas atividades produtivas, atrair empresas, buscar outras formas de economia? Esse é um grande desafio para o futuro.

João Monlevade lamenta essa decisão. E espera que a ArcelorMittal honre seu compromisso de seguir investindo na unidade, garantindo sua competitividade no cenário industrial ao produzir um dos melhores aços do mundo. Ao mesmo tempo, é crucial que a sociedade e o poder público se mobilizem para buscar alternativas que assegurem um futuro sustentável para a cidade. O desenvolvimento de Monlevade não pode estar atrelado apenas à Usina. É fundamental a construção de um projeto de futuro, antes de outras péssimas notícias como essa.