Em março, celebramos duas datas importantes: o Dia Mundial da Obesidade e o Dia Internacional da Mulher. Ambas as datas oferecem a oportunidade de refletirmos sobre os desafios que as mulheres enfrentam ao conviver com essa doença, que já se tornou um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.

A obesidade é caracterizada pelo excesso de gordura corporal, o que pode prejudicar o funcionamento adequado do organismo e levar a várias complicações físicas e mentais. A doença é uma das mais prevalentes globalmente, afetando bilhões de pessoas. No Brasil, cerca de um terço da população sofre com a obesidade, e a previsão é que esse número continue a crescer. As mulheres são as mais acometidas por essa condição, refletindo um aumento alarmante nos últimos anos.

A prevalência crescente da obesidade pode ser atribuída a diversos fatores, como ambientes obesogênicos, mudanças nos hábitos alimentares, genética, medicamentos, sedentarismo, e questões sociais e psicológicas.

É importante destacar que as mulheres enfrentam uma sobrecarga emocional, social e cultural que muitas vezes afeta a saúde de forma mais intensa. Elas desempenham múltiplos papéis e na maioria das vezes, ficam responsáveis pela casa e pelos filhos, e, sem perceber, deixam o cuidado da própria saúde para segundo plano.

Para as mulheres, o impacto da obesidade vai além da saúde física. O culto à magreza, muitas vezes promovido pela mídia e pela sociedade, gera um estigma que afeta a autoestima. As mulheres acabam enfrentando a discriminação devido ao seu peso, o que pode intensificar problemas emocionais, como ansiedade e depressão.
A obesidade não é apenas uma questão estética, mas uma condição que pode causar ou agravar outras complicações, incluindo mais de 200 doenças associadas, como hipertensão, diabetes e 13 tipos de câncer.

O tratamento da obesidade é complexo e requer uma abordagem integrada, considerando não só as mudanças no estilo de vida, mas também os aspectos psicológicos e sociais da doença. É necessário que o tratamento seja individualizado, podendo necessitar de acompanhamento com diversos profissionais de saúde, como médicos, nutricionistas, educadores físicos e psicólogos. Infelizmente, as medicações para controle da obesidade ainda são pouco acessíveis à maioria da população, o que representa uma grande barreira. Além disso, a banalização do uso dessas medicações pode desencorajar muitas pessoas a buscar ajuda médica adequada, além de dificultar o seguimento correto das orientações terapêuticas, comprometendo os resultados do tratamento.

A prevenção é a melhor maneira para combater a obesidade. A promoção de hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos, deve ser uma prioridade para a saúde pública.

A obesidade é uma doença complexa, que exige um esforço coletivo para ser combatida. Para enfrentá-la, é preciso adotar uma abordagem que considere os fatores individuais, sociais e ambientais. Desse modo, conseguiremos combater efetivamente essa epidemia e garantir um futuro mais saudável para as mulheres e para as futuras gerações.