Modesto, Ignácia, Tresciliana, Jose Alves, Flavia, Modestinho. Cipriano, Bárbara, Joaquim, Izabel, Severiano. Laurindo, Pedro, José Maria, Marciano, Júlio, Balbina, Moyses, Firmino. Emilia, Belmiro, Maria do Carmo, Caetano, Thomazia. Aniceto, Antônia, Joaquim Manoel, Florencia, Feliciano, Raimundo. Luiz Maria, Felisberto, Thereza, Elias, José Carlos, Carolina. Bernardino, Lucindo, Diogo, Eleonora, Maria da Gloria, Dioga. Firmina, Leopoldina, Anninha, Lauriana, Eliza, Victoria, Januário. Joaquina, Venância, Antonica, Joaquim Bento, Theodorico, Estevão, Valentina. Theodora, Olimpio, Rosa Lima, Felicidade, Augustina, Luiza Calista, Jose Venancio, Brígida. Casemiro, Luiza, Maria Luiza, Sergio, Theophilo, Maria Casemira. Eulália, Ronaldo, Mariana, Cecilia, Gregório, Benedicta, Sarafina. Valeriano, Sofia, Justina, Sanches, Francisca, Plácido, Vicente, Jacintha, Genoveva Efemia. Januaria, Jorge, Suterio. Izidoro, Floriano, Norberto. Eleuterio, Germano, Genoino. Delfino, Carlos, Rufino, Fortunato, Justino, Adão, Gil, Feliciano, Barnabé, João de Deos, Celestino. Policarpo, Clementina, Narciza, Joaquim Pedro, Ambrozina, Jose Balbino, Andreza, Bartholomeu Efigenia. Manuella, Guilhermina, Rodrigo, Filomena, Calisto Rodrigo, Graciano, Paulino, Henriqueta, Jovita, Jose, Izabel, Clemente, Honorio Joaquina, Jacintho. Christiano, Maria Caetana, Gemerosa, Thomé, Jesuina, Zacarias, Bonifacio, Flavio, Henrique, Fernando, Julia, Eva, Juliana, Abrahão, Ancelmo, Benvinda. Ângelo, Juvenal, Colita Joaquina, Izac, Augusto, Claudina, Luiza, Virginia. Naneta, Sabina, Eugenia, Dorcelina, Franco, Ritta, Manoel, Leão Juvencio, Gaspar, Maria, Gôrda, Simão. Geraldo, Francelina, Joana, Francelina, Pio, Gregório. Domingos, Santos, Romana. Constança, Cristina, Elisa, Maria Josephina, Francisco, Custodia, Martha, Custódia Tito, Braz, Lucia, Crysostomo, Lucia. Ambrozina, Crispim, Francisca, Cirillo, Manuelzinho, Daniel, Bento, Leandro, Beatriz, Rachel, Florentino. Virgilio, Mesias, Albina, Francisco, Romão, Clara, Custodio, Tobias, Juvita, Maximiano, Julia, Balduino, Justo. Laura, Belizario, Pio, Messias, Fausta, Euzebia. David, Guilherme, Antonio, Maria Andreza, Ignez, Francisco, Julio Borges, Manuel Borges, Rosalina, Patricio, Clemencia, Justino, Theotonio, Herculano, Emerenciana, Candido, Libania, Luciana, Faustino, Helena, Evencio, Piedade, Leocadia, Augusto, Felippa, Sabino, Apolinaria, Domingos Mariano, Maria Rosa e Jacob Luzia.
Esses são os nomes de negros escravizados e de negras escravizadas que trabalharam nas terras de Jean Monlevade.
A lista integra o inventário dele, feito após sua morte, em 1872. Portanto, são 152 anos de silêncio acerca dos homens e mulheres africanos e seus descendentes, que viveram forçados a trabalhar para o senhor de Monlevade. Foram deles a força, o sangue e o suor, que construíram e puseram para funcionar, uma das mais importantes fábricas de ferro do país no século XIX.
Será que todos estão sepultados no Cemitério Histórico no bairro Vila Tanque? Ali, como sabido, não há lápide, número ou identificação de suas sepulturas. Por isso, essa relação publicada na tese da historiadora Martha Rebelatto, em 2012 na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é tão importante.
O material foi descoberto pelo jornalista monlevadense Wir Caetano e se transformou no belo projeto Alátúnṣe (pronuncia-se “alatunxé”). A iniciativa é do Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Compir) e da Fundação Casa de Cultura de João Monlevade (FCC) e marca o 20 de novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Agora, os nomes vieram à tona e estão grafitados na Praça do Povo. Um gesto simbólico, de grande força histórica e cultural, levando luz àqueles até então desconhecidos e que nunca tiveram destaque em nossa história. E melhor lugar não havia em Monlevade. Afinal, “a praça é do povo, como o céu é do condor”, citando o poeta abolicionista Castro Alves. Viva Alátúnṣe – que significa quem contribui com a comunidade ou põe ordem no mundo. Reparação sendo feita.