Cinco anos após o decreto municipal que marcou o início da pandemia de Covid-19 em todo o mundo, o momento exige uma reflexão: que lições esse período mais trágico da história recente deixou em João Monlevade?
A crise sanitária, que já era desafiadora por si só, também foi atravessada por um viés político ideológico e marcada por polêmicas e decisões que dividiram a opinião pública. A polarização que vemos todos os dias no cenário nacional, já dava sinais desde então.
A pandemia mostrou sua face dura ao deixar em evidência que o vírus não escolhe cara, etnia ou classe social. Além disso, ficou ainda mais evidente, que o combate se faz com vacinação, autocuidado e, principalmente, bom senso.
Após cinco anos do primeiro decreto de confinamento, ainda estamos aqui. Mesmo com cicatrizes das perdas e dos desgastes da batalha contra o inimigo invisível. O coronavírus alterou cenários sociais e mudou a vida de todos. E cinco anos depois, será que os cidadãos aprenderam a lição? O que ficou desse terrível momento?
Teria sido mais fácil se a vacinação tivesse começado antes? Teríamos menos vidas perdidas se o negacionismo e a desinformação não tomassem conta das redes sociais e até dos debates públicos? O saldo de vidas perdidas, as desigualdades aprofundadas e os traumas sociais teriam sido menos agravantes?
Fato é que a pandemia deixou clara a necessidade de um sistema público de saúde fortalecido, de políticas trabalhistas mais justas e de uma gestão, seja das cidades, dos estados ou do país, que priorizem a vida acima das disputas ideológicas.
Hoje, a grande questão que fica é: o que João Monlevade, o Brasil e o mundo aprenderam? A melhor forma de honrar a memória dos que se foram é garantir que decisões futuras sejam baseadas no compromisso com a ciência e com o bem-estar coletivo. “É preciso estar atento e forte”, como cantou Caetano Veloso.