A Polícia Civil investiga possíveis fraudes e crimes praticados em João Monlevade: dois assessores, “Cida” Romão e “Tibel” Santos, dos vereadores Rael Alves (MDB) e Tonhão (PDT) respectivamente, são suspeitos de envolvimento em falsificação de assinatura e carimbo de uma médica de Posto de Saúde para encaminhamento de pedidos de exames. A prática, se comprovada, é criminosa e atesta total falta de escrúpulos.
Além disso, revela do que é feito nos bastidores da política e para a manutenção do poder. Afinal, usar o cargo de vereador para conseguir marcar exames não é correto. Essa não é a função do parlamentar eleito. O caso joga luz nas negociatas e intermediações no jogo do poder em Monlevade. Quer dizer que, sem intermédio de político, o cidadão não consegue ser atendido?
E outra: se apurado que os vereadores não sabiam de nada, ainda assim, cabe perguntar: eles foram beneficiados pela ação dos seus assessores? Ou a responsabilidade ficará apenas em quem deveria assessorar o parlamentar em sua função de legislar e fiscalizar o poder?
Não é novidade que políticos usam seus cargos para nele permanecerem. É o círculo vicioso, a roda das artimanhas de trocar favores e pequenas ajudas junto aos governos por votos. É lamentável esse lamaçal que agora será investigado pela Polícia Civil. Graças à atitude da médica de registrar um boletim de ocorrências e denunciar que fora vítima de crimes. Está certa.
Até o momento, o discurso da Prefeitura e da Câmara é o de que é preciso apurar e tomar medidas cabíveis. Mas o que pode ser feito para coibir a prática criminosa? Seria essa a primeira vez que isso acontece? Ou só veio à tona por conta da denúncia? Ações criminosas, como essas, devem ser rigorosamente combatidas. E o eleitor tem a principal vacina para evitar que isso continue acontecendo: o voto nas eleições de outubro.