(*)Erivelton Braz
Com o fim do carnaval e a primeira e histórica vitória do Brasil no Oscar, um assunto vem à tona: quem serão os candidatos a deputados estaduais e federais em nossa região? Afinal, 2026, com eleições a Presidência, Governador, Senado, Câmara e Assembleia Legislativa já é logo ali.
Há anos, a região tenta e não consegue eleger mais do que um ou dois deputados estaduais que tenham reais ligações com as nossas cidades. Deputado Federal? O último foi Li Guerra, de Itabira, em 1998. Não faltam nomes, é verdade. Tanto que, nas últimas eleições, em 2022, a região teve 10 candidatos a deputado estadual e nove candidatos a federal. Apenas Tito Torres (PSD) foi reeleito.
Como diz Drummond: “E agora, José?”. O Médio Piracicaba atravessa um momento desafiador. Com o fim da mineração (que é iminente) e a cancelamento dos planos de expansão da Usina de Monlevade, precisamos mais do que nunca de lideranças políticas atuantes em todas as esferas de poder.
Claro que a região conta com deputados que até mantêm boas relações com os municípios, através de repasses de recursos para entidades, obras e ações pontuais. Mas essa intermediação já não é mais suficiente. Para garantir verdadeiros avanços estruturais, sociais e econômicos, é imprescindível que a região tenha representantes diretos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e no Congresso Nacional.
Como citado, atualmente, Tito Torres é o único deputado estadual da região. No entanto, ele é cotado e pode assumir uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Se isso se concretizar, o Médio Piracicaba ficará sem representação na ALMG, algo que pode comprometer significativamente a defesa dos interesses locais.
Nos bastidores, alguns nomes são cogitados para disputar uma vaga na ALMG ou na Câmara de Deputados. Entre eles, destaca-se Augusto Henrique (Cidadania), prefeito de Rio Piracicaba e atual presidente da Associação dos Municípios do Médio Piracicaba (Amepi). Sua gestão profissional e articulação política que transformaram Rio Piracicaba, o colocam como um forte candidato a ocupar um espaço na política estadual ou mesmo na federal.
Outro nome especulado é o de Fabrício Lopes (Avante), ex-vice-prefeito, ex-vereador e atual secretário de Planejamento de João Monlevade. Com experiência em gestão pública, boas relações com vários grupos políticos e um dos responsáveis pela eleição e reeleição do prefeito de João Monlevade, Laércio Ribeiro (PT), Fabrício surge como uma possibilidade para preencher essa lacuna política.
A primeira-dama de Itabira, Raquel Guimarães, também é mencionada como uma possível candidata. Empresária do ramo da moda e com atuação em projetos sociais e culturais em Itabira, ela tem influência política na cidade que pode ser um diferencial na corrida por uma vaga na ALMG ou mesmo na Câmara dos Deputados.
Beto Gariff, ex-prefeito de Goiabal, é outro nome ventilado. Sua gestão municipal e articulações políticas em defesa das cidades atingidas pela lama de Mariana, o credenciam como um dos possíveis postulantes a uma cadeira no legislativo estadual ou federal.
Por fim, Teófilo Torres, ex-prefeito de João Monlevade, também é lembrado como uma alternativa. Filho de Mauri Torres e irmão de Tito, ele tem experiência política consolidada e pode surpreender ao lançar o nome como candidato.
Independentemente de quem seja, esses ou outros nomes não citados, precisam ser abraçados pela região. A ausência de representantes regionais nos parlamentos estadual e federal compromete diretamente os interesses das cidades do Médio Piracicaba.
Para garantir investimentos, infraestrutura, educação e saúde, é fundamental que a região tenha deputados comprometidos de fato com sua realidade e necessidades. O momento exige união e mobilização política para que o Médio Piracicaba volte a ter voz ativa nas decisões que impactam seu futuro.
(*) Erivelton Braz é editor do A Notícia e fundador da Rotha Assessoria em Comunicação