Hoje, 21 de junho, é o Dia do Aperto de Mão e Dia do Intelectual. É (ou seria) também o aniversário de inúmeras personalidades das artes, como a boa atriz Ilka Soares; do inesquecível Nelson Gonçalves; do filósofo francês Jean-Paul Sartre e dos grandes escritores brasileiros Graça Aranha e, em 1839, Machado de Assis, criador da Academia Brasileira de Letras.

Quanto a este último, Machado, algumas peculiaridades merecem destaque para as PcD, com sequelas de pólio. Ele nasceu um ano antes de os cientistas Jakob Heine, ortopedista alemão; e Karl Oskar Medin, pediatra sueco instituírem a poliomielite como “Entidade Clínica”, em 1840. E a moléstia recebeu, em homenagem aos dois, o nome: Síndrome de Heine-Medin.

O outro fato curioso, quanto ao Machado, é que ele partiu em 1908, ano em que outro genial pesquisador austro-americano, ganhador do Prêmio Nobel por identificar os tipos sanguíneos ABO e o fator Rh, Karl Landsteiner, biólogo, isolou o agente causador da chamada “paralisia matinal” ou “paralisia infantil”: o Poliovírus. Além de tudo isso, hoje é também o dia de Controle da Asma.

E é lua cheia, para iluminar as noites que receberão as festas juninas com suas danças, comidas típicas, encontros e começos às vezes eternos. Em outras vezes, como escrito por Martinho José Ferreira, Rildo Alexandre Barreto da Hora e o genial Noel De Medeiros Rosa na apaixonada canção “Último Desejo” de 1936; com fins prematuros, sofridos. Gravada inicialmente por Aracy de Almeida, teve inúmeras regravações por outros artistas, e diz em sua letra… e que teve seu começo numa Festa de São João; morre hoje, sem foguete, sem retrato e sem bilhete…

Na segunda, 24, será dia de São João e farei preces para que haja encontros que tragam alegrias, que sejam duradouros, que mereçam ser comemorados, com felicidade e fidelidade, em outras futuras festas juninas.

Enquanto ainda estamos acendendo as fogueiras juninas, muitas memórias se acendem junto; como o nascimento de meu filho, em junho de 1993. E o mês me oferece mais presentes maravilhosos que afagam o coração e causam enorme orgulho, pelo caminho optado por este filho, engenheiro. E, glória(!), pelo neto muito amado, que, também nesse mês, recebe homenagem por seu desempenho na escola e uma medalha por mérito nacional em Matemática.

Tudo isso mostra que, mesmo com uma deficiência importante, sequela provocada pela poliomielite aos seis meses de idade, a vida me retribuiu, com maestria, o esforço dispendido com alegria em prol de outras vidas. Hoje, preso a compromissos profissionais em Brasília, fico longe de um gostoso abraço apertado, tanto no filho quanto no vencedor neto, para demonstrar minha felicidade por tudo o que eles representam para mim e por todo o amor que lhes dedico.

Resta fruir essas doses de felicidade dispostas ao coração de pai e de avô, no formato hodierno, à distância, diferente do tempo analógico em que fui concebido, quando se selavam contratos, carinhos e emoções com consistentes abraços, sorrisos ou gargalhadas sinceras ou um simples Aperto de Mão.