(*) Hortência Carvalho
O Cartório Eleitoral de João Monlevade está realizando o alistamento eleitoral dos jovens estudantes do segundo grau, através do atendimento exclusivo das escolas públicas e privadas, nas manhãs deste mês de abril.
Até quinta desta semana, 250 estudantes entre 16 e 17 anos já fizeram seu primeiro título. Tanto o alistamento quanto o voto são facultativos nessa faixa-etária e, ainda que já tenha o título, o novo eleitor não é obrigado a votar até que complete 18 anos.
O projeto vem como uma extensão da campanha do Tribunal Superior Eleitoral da Semana do Jovem Eleitor, que promoveu em suas redes sociais conteúdos voltados para o voto jovem com o dizer “A sua voz vai fazer História”.
Por que a Justiça Eleitoral se dedica ao público jovem? Seria clichê dizer que eles são o futuro da nação, mas a resposta não foge a isso. É de suma importância conscientizar nossa juventude de seu papel enquanto eleitores e da abrangência do seu direito de votar e participar diretamente do processo eleitoral. Antes de qualquer lição de cidadania, essa prática é elemento chave para a sobrevivência da própria democracia.
Diante das crescentes denúncias de corrupção política que permearam nossa imprensa nas últimas décadas, o descrédito da sociedade faz uma propaganda negativa e acaba por banalizar o direito da escolha de nossos representantes, quando generaliza a desonestidade a todos os eleitos.
Temos que entender que graças à própria democracia é possível investigar e dar publicidade à corrupção comprovada. Sem democracia não há investigação e sem democracia também há corrupção.
Por isso, desprezar o poder do voto e ir votar só porque é obrigado é dar vazão à entrada do mal político. Afinal, já predizia Platão, ainda na Grécia Antiga, que o maior castigo para aqueles que não gostam de política é que serão governados pelos que gostam.
Por isso, o jovem eleitor tem que entender a importância de votar, a necessidade de participar, de conhecer os candidatos, de dar um voto de confiança a alguém, porque para aqueles que o elegeram, o candidato eleito terá quatro anos para prestar suas contas e conquistar seu público de eleitores pelos serviços que prestou, e não pelos favores que prestou.
São aos jovens que temos que ensinar o poder do voto, o poder que pode fazer a diferença se fizermos uma boa escolha.
(*) Hortência Carvalho é chefe do Cartório Eleitoral de João Monlevade.
@hortenciacarcalho2009