O empreendedorismo feminino é uma força transformadora que tem ganhado cada vez mais destaque em todas as áreas. Desde 2010, quando decidi deixar a estabilidade da CLT para seguir minha caminhada pela fotografia, faço parte desse movimento inspirador. Essa decisão marcou o início de uma trajetória repleta de desafios, aprendizados e conquistas que moldaram não apenas minha carreira, mas também minha identidade como empreendedora.

Ao longo desses anos, enfrentei várias vezes a conhecida “síndrome do impostor”, uma barreira que muitas pessoas encontram ao tentar se destacar em seus campos. Essa sensação de dúvida quanto à minha capacidade e a autossabotagem quase me impediram de compartilhar minha história, minhas experiências e também de experimentar coisas novas no campo do trabalho.

A fotografia vai muito além de simplesmente apertar um botão. É uma expressão artística que requer visão, criatividade e coragem. Mas para além da parte artística, foi preciso descobrir todo o restante necessário para tocar um negócio sustentável. Que falta faz nas escolas aulas sobre o assunto! Empreender vai muito além de trabalhar com aquilo que você descobriu ser boa. É preciso aprender a cuidar do seu negócio de verdade, com gestão de verdade, um aprendizado constante. Confesso que ainda tropeço por aqui.
Certa vez, uma amiga me disse que “empreender é muito solitário” e eu acreditei nisso por muito tempo. Verdade que me motivou a buscar conexões e colaborações que enriqueceram muito a minha jornada. É um aprendizado constante equilibrar os diferentes aspectos da vida e dos negócios. Desde a pandemia, procurei me cercar de pessoas com negócios parecidos Brasil afora, especialmente mães empreendedoras, e nossas trocas são sempre edificantes.

Durante um tempo, me afastei da Débora sonhadora e inovadora e me culpei por essa desconexão. Apenas recentemente me permiti reconciliar com minha essência e buscar novos parceiros de negócios e projetos para manter meu trabalho sempre renovado. Escrever aqui é um exemplo porque, para além da fotografia, eu também sou jornalista e escritora, habilidades que deixei muito tempo adormecidas.

Antes mesmo de empreender, assisti a um discurso do Steve Jobs de 2005, em que ele dizia: “Não há como ligar os pontos olhando para a frente. Você só poderá ligá-los olhando para trás”. Essa fala fez muito sentido para mim na época, mas mal sabia eu que se tornaria uma bússola no momento em que me sentia mais perdida no universo do empreendedorismo.

Revisitar textos e trabalhos fotográficos antigos me ajudou a recuperar o brilho nos olhos e a vontade de sair da zona de conforto que a depressão e o burnout certa vez me colocaram. Essa reflexão me permite olhar para frente sem perder de vista quem eu sou e de onde vim, conectando cada experiência e aprendizado em uma trajetória coesa e significativa.

O empreendedorismo feminino não é apenas sobre negócios; é sobre resiliência, criatividade e a capacidade de transformar sonhos em realidade. Tenho orgulho de fazer parte desse movimento, contribuindo para um ambiente onde mulheres podem prosperar e inspirar outras a seguirem seus próprios caminhos. Cada desafio enfrentado e cada vitória alcançada reforçam a importância de apoiar e celebrar o empreendedorismo feminino, não apenas em um dia específico (19 de novembro), mas diariamente.

Minha jornada no empreendedorismo feminino tem sido uma combinação de paixão, perseverança e autodescoberta. Se você, como eu, vive nesse universo, apenas continue! Continue comprometida em crescer, aprender e inspirar outras mulheres a acreditarem em seu potencial.