As turmas do 9º ano da Escola Municipal Cônego José Higino de Freitas apresentam a exposição “Raízes Negras em Olhos D’Água”. O trabalho conta com curtas-metragens produzidos pelos alunos, inspirados na obra da premiada escritora mineira e professora Conceição Evaristo.

Conforme a professora Vanda Cupertino, o projeto nasceu de um gráfico do Censo, no qual o índice de alunos que se autodeclaravam pretos e pardos era muito pequeno diante da realidade. Os curtas-metragens produzidos pelos alunos e sob orientação de alguns professores, são o resultado de um trabalho desenvolvido a partir de oficinas de empreendedorismo do Sebrae.

“Os alunos apresentam encenações de alguns contos do livro Olhos d’Água de Conceição Evaristo que ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem”, informa a professora.
Ao todo, participaram 140 alunos e o resultado, segundo Vanda, foi muito positivo. “Como resultado tivemos a melhora da autoestima, autorreconhecimento, senso de pertencimento além da oportunidade de trabalhar a autonomia e comportamentos do empreendedorismo. Foi muito legal”, conta Vanda.

Todo este trabalho estará disponível para apreciação da comunidade amanhã (9) das 9h às 11h, no auditório da escola Cônego Higino. A iniciativa é aberta a todos.

Sobre “Olhos D’Água”

Raízes da memória e da ancestralidade feminina negra em Olhos D’água de Conceição Evaristo é um documento da Biblioteca Digital da Universidade Estadual da Paraíba que analisa a presença da memória e ancestralidade feminina negra na obra de Conceição Evaristo. 

Olhos D’água é um livro de contos publicado em 2014 pela Editora Pallas, que reúne 15 histórias protagonizadas por mulheres negras. A obra aborda questões de gênero e étnicas, e reflete sobre a exclusão do negro desde a escravidão no período colonial brasileiro. 

Foto: Reprodução

Conceição Evaristo é uma autora que se baseia na vivência das mulheres negras para compor suas obras, e que utiliza o conceito de “Escrevivência”. A sua escrita valoriza palavras de idiomas africanos e carrega a força da ancestralidade das mulheres negras para a formação da identidade cultural brasileira. 

Olhos D’água foi premiado com o Jabuti de Literatura de 2015, na categoria Contos e Crônicas.