Dizem que eleição conquistada é trabalho dobrado. E esse tem que ser ainda mais intenso e melhor em caso de reeleição. Se o povo definiu pela continuidade de um projeto, descartando a oposição, vai ampliar seu olhar crítico. E é por isso que os reeleitos não podem errar.
Afinal, já conhecem a máquina, já desenvolvem ações e pediram para continuar. O povo, nem a política, perdoa quem os abandona. É o ditado: se pediu, aguenta! Quem vai para um segundo governo consecutivo terá que trabalhar ainda mais para provar a que veio e porque pediu para continuar. E esse é o desafio, já que segundos mandatos tendem a ser mais complicados que o primeiro: desgaste da imagem, problemas com equipes, situações que não foram resolvidas, e uma série de outros fatores.
A maioria das cidades da região optou pela reeleição dos atuais prefeitos ou pela vitória de candidatos apoiados por aqueles que já em reeleição, não puderam se candidatar. Dessa forma, até pelo resultado das urnas, ficou claro que a continuidade já estava definida pela população, em virtude da aprovação do trabalho.
Engana-se quem pensa que a vitória é fruto de ações de campanha ou pela “mágica do marketing eleitoral”. Até porque, isso não existe. Mas venceram porque a competência administrativa e a transparência nas ações governamentais já estavam comprovadas e as oposições não souberam mostrar a que vieram.
Assim, a comunicação eficaz com a população ao longo dos quatro anos torna-se vital. Prefeitos que conseguem demonstrar resultados e manter um diálogo aberto, tendem a criar uma base de apoio mais sólida para conquistar a vitória. Isso também vale para seus sucessores. Por isso, estratégias de marketing político e de comunicação eficaz devem ser cada vez mais ágeis e claras. Sobretudo, mostrando resultados concretos e permitindo que os cidadãos se sintam parte do processo administrativo.
Aprendi em vários cursos e livros que a política, de fato, vem antes das ações de campanha. E o que realmente prevaleceu nas urnas em 2024 foi o trabalho realizado ao longo do primeiro mandato, além da capacidade de se conectar com as demandas da população. Agora, a partir de 2025, os prefeitos reeleitos enfrentam um cenário onde as promessas de campanha precisam ser cumpridas com rigor. O povo está de olho.
A expectativa popular é alta e, diferentemente da primeira vez, a tolerância ao erro é muito reduzida. Aqueles que conseguiram se reeleger precisam estar prontos para lidar com a pressão por resultados. É certo que o eleitorado, ao optar pela reeleição, não está apenas dizendo “sim” ao candidato. Mas “sim” ao conjunto de propostas e ações que esperam ver se concretizando. Portanto, a responsabilidade aumenta significativamente.
Além disso, muitos reeleitos enfrentam um fenômeno conhecido como “efeito da continuidade”, que pode ser tanto uma vantagem quanto um desafio. A boa reputação construída durante o primeiro mandato pode até facilitar a continuidade no cargo, mas qualquer desvio da expectativa pode resultar em rápida desaprovação. Sobretudo, porque continuidade não significa mesmice. Prefeito que pensa nisso já começa errando. É hora de inovar, de buscar a mudança.
O verdadeiro desafio agora é manter esse compromisso e continuar a avançar, seguindo em frente. A política é um campo dinâmico e em constante transformação. A responsabilidade dos reeleitos é grande, e o trabalho, sem dúvida, deve ser dobrado.